TEMA: A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

ESBOÇO 339

TEMA: A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo” (Rm 3.24).


A justificação é uma das doutrinas importantes do cristianismo, ela é o ato soberano de Deus pela qual ele declara ser o homem inocente ou justo. A ênfase doutrinária de Paulo era a justificação pela fé, ele explica que tanto judeus como gentios necessitam da justificação, mesmo sabendo as condições de cada um, isso veremos no decorrer desse comentário e quais os meios que Deus usa para justificar o homem pecador. O estudo da justificação envolve muitas questões, mas queremos apenas comentar essa pequena parte.


As condições dos Gentios e Judeus

Na igreja em Roma estava acontecendo alguns problemas causados por atitudes inconvenientes dos judeus para os gentios e dos gentios para os judeus com relação à circuncisão. Os gentios não queriam aceitar a circuncisão, porque não eram descendentes de Abraão, mas os judeus sim, já os Judeus prosélitos eram os gentios que queriam servir ao Deus dos Judeus, só que eles queriam servir da forma que entendiam, por essa razão houve sérios problemas na igreja em Roma. Em vista disso Paulo mostra que tanto gentios quanto judeus não tinham condições espirituais boas diante de Deus, eram indesculpáveis pelas ações praticadas, os gentios não davam gloria a Deus (obscureceu) (Rm 1.21); eram idolatras (Rm 1.23); estavam mergulhados na corrupção moral (Rm 1.24-31). Os judeus eram julgadores (Rm 2.17), receberam a lei, porém praticavam as mesmas coisas que os gentios (Rm 2.1,17-24). Por esse motivo Deus encerrou todos debaixo do pecado (Rm 3.9,10), para que por ato de justiça viesse à graça sobre todos os homens para a justificação e vida (Rm 5.18; 9.30), essa era a realidade, todos pecaram (Rm 5.12; Gl 3.22) e morreram espiritualmente (Rm 6.23).


Os Judeus questionavam muito a lei, mas qual seria o propósito da lei? a) Manifestar o pecado e não justificar (Rm 3.20; b). A lei servia para mostrar a necessidade de uma justificação gratuita mediante o sacrifício de Cristo (Rm 3.24,28). Servir de aio, (preceptor) para conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados (Gl 3.24).


Justificação – O sentido desse termo é fazer justo, tornar justo, tornar puro.


A justificação tinha propósitos

a) Remissão do castigo (Rm 4:7; 2 Cor 5:19); b) O estabelecimento do favor divino (Rm 4:6; 2 Cor 5:21); c) A imputação da fé como justiça (Rm 4:5; d) Nos tornar participantes da herança de Deus em Cristo (Tt 3:7); e) nos levar a uma vida de Justiça (Fp 1:11); f) Livramento da ira futura (Rm 5:9; 1 Ts 1:10); g) Glorificação futura (Rm 8:30; Mt 13:43; Gl 5:5). Mas a justificação só veio acontecer após ressurreição de Cristo (Rm 4.25).


A Justificação pela fé

O apóstolo Paulo ao falar sobre a justificação ele disse que a justificação seria pela fé e não pelas obras “Creu Abraão no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn 15.6; Rm 1.17), não pelas obras de justiça praticada pelo homem, mas segundo a sua misericórdia (Tt 3.5). “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é Don de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). A lei de Moises não podia justificar o homem (At 13:39; Rm 8.3; Gl 2.16; 3.11), a justificação acontece pela fé independente das obras (At 15.1; Rm 3.28) e se concretiza mediante a obra redentora e pelo nome e sangue de Cristo (I Co 6.11; Rm 5.9).


A justificação pelas obras

O apóstolo Tiago toma como base a justificação de Abrão “Não foi pelas obras que o nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?” (Tg 2.21). Parece haver uma discrepância entre os dois com relação à justificação, Paulo diz que o homem não é justificado pelas obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus (Gl 2.16), enquanto Tiago diz que a pessoa é justificada pelas obras e não somente por fé (Tg 2.21,24).


Paulo fala da justificação pela fé em termos salvíficos perante Deus ao passo que Tiago estava falando da justificação perante os homens, por isso ele enfatizou que deveríamos mostrar a nossa fé, se referindo a autenticidade da vida cristã que depende também das obras como prova para serem vistas (Tg 2.18). Paulo se referia ao favor imerecido de Deus e Tiago ao fruto de uma vida cristã, no entanto o alvo da justificação para ambos era o mesmo, a “redenção humana”.


A justificação é mediante uma vida de comunhão com Cristo, é o que nos isenta da condenação do pecado, mas só acontece quando o velho homem morre, porque aquele que está morto para o pecado está justificado (Rm 6. 6,7).


Martinho Lutero conhecendo a expressão paulina quanto a justificação pela fé (Rm 1.17) tomou uma decisão importante diante da situação que vivia a igreja romana. A Igreja Católica Romana enfatizava as obras como meios para se salvar, e através das indulgências negociavam o perdão, por essa razão acontecia toda sorte de pecados e abusos, contudo as autoridades eclesiásticas fechavam os olhos, foi baseado no ensinamento de Paulo que Lutero iniciou a sua batalha para fazer a reforma protestante.


A justificação vem por meio da fé, mas as obras dão testemunho dela, de maneira que a fé sem as obras é morta (Tg 2.17).


Alcançamos a justificação pela infinita graça e misericórdia de Deus, porque quem poderia se justificar perante Deus? Entretanto a justificação deve ser vista por meio das nossas obras. “A justificação produz a bem-aventurança espiritual” (Rm 4.6-8). “Estabelece paz com Deus” (Rm 5.1). “É conferida ao homem mediante a expiação pelo sangue” (Rm 5.9).



Pr. Elis Clementino – Itapissuma - PE

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