REBELIÃO



ESBOÇO 551
TEMA: REBELIÃO
Texto: Js 22.10-34

Nem sempre esse o verbo “rebelar” deve ser considerado como desobediência, revolta, insubordinação ou anarquia. Muitos estão enganados, a rebelião propriamente dita é aquela em que o indivíduo se opõe contra uma liderança que pratica causa justa. Alguns, por não fazerem uma avaliação da situação, não sabem identificar quando se trata de uma rebelião ou não. Assim, qualquer oposição eles consideram REBELIÃO. “A oposição crítica é uma das maiores virtudes dos intelectuais”. Uma crítica construtiva que se faz a um líder não é uma rebelião; buscar um direito, não é uma rebelião; dizer o que aceita ou não em uma liderança não significa rebelião. O texto escolhido (Js 22.10-34) apresenta uma situação em que os israelitas entenderam, equivocadamente, como sendo uma rebelião, o altar que fora construído ao Senhor pelas tribos de Rubem, de Gade e de Manasses quando voltaram para sua terra que fora prometida, a leste do Jordão. Mas quando lemos o texto com atenção, vemos que aquela maneira de agir daquelas tribos não significava uma rebelião como os israelitas pensavam.

Rebelião
Satanás se rebelou contra a justiça divina, essa foi uma rebelião caracterizada na ambição pelo poder e o trono de Deus, no entanto, não havia necessidade para que ela ocorresse, porque Deus agia com justiça para com todos os seres celestiais, sendo aquela uma insurreição sem precedente (Is 14.11-23; Ez 28.11-19). Os filhos de Corá também se levantaram contra a justa liderança Moisés, esse exemplo também é reconhecido como rebelião (Nr 16.1-40; Jd 11). Saul se rebelou conta o Senhor porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei (1 Sm 15.23). Constitui-se uma rebelião quando alguém se rebela contra quem pratica a justiça.

Não rebelião
Sobre esse tópico podemos citar alguns exemplos. A atitude de Martinho Lutero, no século XVI, em defesa da fé (baseado em Rm 1.17), devido às injustiças praticadas pela Igreja Católica, resolvendo escrever e publicar as noventa e cinco teses que mostravam os erros da igreja. Embora para esta, tenha sido uma oposição, o que ocorreu, na verdade era apenas a maneira de reparar aquilo que estava contrariando a palavra de Deus. O resultado dessa ação, em defesa dos princípios cristãos, foi como um divisor de águas para o cristianismo; Daniel não comer dos manjares do rei não foi uma rebelião (Dn 1.8); Daniel e seus companheiros não se dobraram diante do rei Nabucodonozor, porque contrariavam os mandamentos do Senhor, eles apenas estavam defendendo seus princípios (Dn 3.1-5). Uma manifestação que contrarie um governo injusto em busca do bem comum, não significa rebelião. Falaremos sobre alguns dos nossos governos. No nosso País após vinte anos de ditadura militar, houve um movimento por diretas já, foi um movimento civil reivindicando eleições para presidência da república, esse movimento prevaleceu e todo País e o povo saiu vitorioso. Nos anos noventa, houve uma manifestação contra o governo de Fernando Color de Melo por causa da sua má administração, essa resultou no seu impeachment. Recentemente, ouve manifestações públicas com a finalidade de conseguirem algumas mudanças e melhores condições de vida para a população, essa manifestação não foram rebeliões, mas sim, um direito que a democracia nos faculta. Não obstante, todos quantos estão em posição de liderança devem agir com justiça em todos os seus atos levando em consideração o direito que os outros têm.

No Antigo Testamento aprendemos mais uma grande lição com o rei Adoni-Bezeque, pois jamais devemos desejar ou fazer com o próximo aquilo que não queremos para nós, ele amputava os dedos polegares das mãos e dos pés das pessoas que ele considera inimigo, uma das suas características era a maldade e tortura; tem líder que mutila e tortura seus liderados psicologicamente, lançando-os sobre a opinião pública com a finalidade de tirar proveito para se manter na posição de liderança. Jesus poderia ter tirado Judas do seu caminho, mas não o fez. A recompensa pode não vir imediatamente, mas virá! O próprio Adoni-Bezeque reconheceu que recebeu de Deus a justa recompensa. “Então Adoni-Bezeque disse: - Eu mandei cortar os polegares das mãos e os dedos dos pés de setenta reis, e eles apanhavam migalhas debaixo da minha mesa. Agora Deus fez comigo o mesmo que eu fiz com eles.” (Jz 1.7; Mt 26.52b; Lc 6.38b; Gl 6.7).

Muitos líderes usam a expressão “rebelde’ com a finalidade de arremessar seus oponentes perante a opinião pública para se beneficiar, ou tirar proveito para se manterem na liderança, esses tipos de líderes não conseguem administrar nem os seus próprios sentimentos, eles perdem o controle quando percebe que alguém identificou alguma falha na sua liderança. Na realidade, eles deveriam aceitar a crítica, que nesse momento é construtiva, e aperfeiçoar o seu sistema de liderança, ou então eles terão dois caminhos a seguir: aceitar a crítica ou banir da sua frente aquele que ele acha ser seu oponente e se manter no caminho do erro, caso ela se mantenha no erro o sucesso da sua administração está fadado ao fracasso (2 Cr 10.3-18). Não há exemplo maior do que este para os nossos dias. Não devemos ostentar alguma coisa que venha pôr em risco a nossa liderança. Para o rei Roboão, os velhos conselheiros estavam errados e somente os mais novos estavam certos. Quando isso acontece, surge um perigo para o líder. Os profetas conselheiros de Acabe só lhes faziam errar (I Rs 22.6), no entanto para ele Micaias era um rebelado, gente que o rei não queria ouvir (I Rs 22.8). Nós lideres devemos ter muito cuidado para exercer a nossa liderança com dignidade. Aquilo que parece ser rebelião pode não ser (Js 22.31b), que isso seja apenas um alerta para nós.

Pr. Elis Clementino – Paulista -PE

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