ESBOÇO
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TEMA:
O CRISTÃO, A FÉ E A RAZÃO
“Rogo-vos,
pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
(Rm 12.1)
O tema em foco
direciona uma missiva especialmente os cristãos, maiormente os neófitos na fé,
com a finalidade de fazê-los com que desenvolvessem a sua fé de maneira
saudável. A fé não anula a razão, assim o cristão pode oferecer o seu corpo em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o seu culto racional.
O
cristão e a razão
Segundo o dicionário Aurélio
da língua portuguesa, “razão” é a capacidade de avaliar, julgar e ponderar
ideias gerais; estabelecer relações lógicas de raciocinar. Embora na
filosofia haja outras ideias. Platão dizia que o homem é possuidor de três
coisas; vontade, razão e paixão “sentimentos” como suas principais
características. Aristóteles estabelecia distinção entre a razão ativa e a
passiva. Já Tomaz de Aquino procurou equilibrar no que diz respeito à razão e a
fé, e ambas tem as suas características e não se contradizem. Todo Cristão deve
fazer uso da fé e a razão.
Quando o ser humano decide tomar
qualquer decisão deve ter por traz um motivo ou razão muito forte para levá-lo
a tomar tal decisão. Quando decidimos aceitar a Cristo como o nosso salvador,
certamente esse motivo tenha sido muito intenso, “Porque estou oferecendo esse
culto a Deus?”; Consideramos o culto da razão, se eu prego, porque prego?; Se
ora, porque oro?; Se cultuar porque o faço? Paulo ensinou a igreja de corinto a
usarem a razão e não somente a fé, se usarmos somente a fé ficaremos sem
frutos, usando uma fé sem razão. “uma fé sega”
A
fé não anula a razão
Elas devem ser equilibradas, embora às
vezes a fé supere a razão, mas isso não quer dizer que a razão se torne
inoperante, ela continua em ação. Deus disse a Abrão, sai-te da tua terra do
meio da tua parentela para uma terra que te mostrarei, ele soube avaliar
quem falava com ele, isso fez com que a sua fé fosse processada e finalmente
ele optou por obedecer a Deus (Gn 12.1). Outra ocasião foi levar o seu filho
Isaac ao sacrifício (Gn 22). A fé enxergara o futuro, mas do que a razão e
assim pressuponho que se ele usasse somente a razão ele não teria levado o seu
filho para imolá-lo.
“A fé é o firme fundamento das coisas
que não se vê, e a prova daquilo que se espera” (Hb 11.1). A fé de Abraão foi
mais forte do que a razão superando todas as expectativas em relação ao seu
futuro (Hb 11.9,10). O crente deve estar preparado para ouvir a voz de Deus e
obedecê-la. Essa atitude de fé foi aprovada (Gn 22.1-14). Para alcançarmos algo
na vida somos submetidos as mais variadas provas de fé. Pedro disse aos crentes
dispersos “para
que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e
é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação
de Jesus Cristo” (1 Pe 1.7; Pv 27.21).
Quando temos conhecimento que a nossa fé
está sendo provada, é porque algo de bom da parte de Deus está por vir, pois
cabe a Ele tanto o querer como o efetuar (Fp 2.13), pois muitos são submetidos
à prova. A palavra “provar” segundo Aurélio é aquilo que atesta a veracidade ou
autenticidade de algo. Ninguém quer ser submetido à prova, principalmente a da
fé, mas a questão não é se quero ou não. Quando as provações de Deus chegam
ninguém escapa, porém sabe-se que é para o bem (Rm 8.28). Mediante os
sofrimentos devemos estar seguros e convictos da vitória final (2 Tm 1.12;
4.7).
Provado
e aprovado com qualidade
A quem Deus tem propósito será provado,
José para chegar a governador foi submetido as mais duras provas. Vejam os
caminhos que ele passou; seis obstáculos a serem vencidos; (1) Foi odiado pelos
seus irmãos (Gn 37.11); (2) Jogado na cova (Gn 37.24); (3) Vendido (Gn 37.28);
(4) Escravo na casa de Potifar (Gn 39.1); (5) Seduzido pela mulher do seu
senhor (Gn 39.7); (6) Preso no calabouço (Gn 39.20). Mediante esse contexto ele
nunca declinou, além de demonstrar um caráter altruísta, jamais desanimou, onde
vale salientar sua organização com relação à fé, a razão e ação, “como escravo
era o melhor escravo; como prisioneiro era o melhor prisioneiro; como
administrador era o melhor administrador”
O mais importante! “O Senhor era com José” (Gn 39.23). O obreiro sempre
deve fazer o melhor, independente das circunstâncias.
O cristão deve
fazer uso da fé e da razão, sem permitir que a razão venha
sufocar a fé, e sem que a fé ofusque a razão. Paulo deixou esse exemplo a ser
seguido, no entanto esses dois fatores envolvem; firmeza, obediência, atitudes
coerentes à palavra de Deus, de forma que vivenciemos o genuíno evangelho de
Cristo (Tt 2.7,8) com plena consciência.
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