O CRISTÃO, A FÉ E A RAZÃO

ESBOÇO 681
TEMA: O CRISTÃO, A FÉ E A RAZÃO
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm 12.1)

O tema em foco direciona uma missiva especialmente os cristãos, maiormente os neófitos na fé, com a finalidade de fazê-los com que desenvolvessem a sua fé de maneira saudável. A fé não anula a razão, assim o cristão pode oferecer o seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o seu culto racional.

O cristão e a razão
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, “razão” é a capacidade de avaliar, julgar e ponderar ideias gerais; estabelecer relações lógicas de raciocinar. Embora na filosofia haja outras ideias. Platão dizia que o homem é possuidor de três coisas; vontade, razão e paixão “sentimentos” como suas principais características. Aristóteles estabelecia distinção entre a razão ativa e a passiva. Já Tomaz de Aquino procurou equilibrar no que diz respeito à razão e a fé, e ambas tem as suas características e não se contradizem. Todo Cristão deve fazer uso da fé e a razão.

Quando o ser humano decide tomar qualquer decisão deve ter por traz um motivo ou razão muito forte para levá-lo a tomar tal decisão. Quando decidimos aceitar a Cristo como o nosso salvador, certamente esse motivo tenha sido muito intenso, “Porque estou oferecendo esse culto a Deus?”; Consideramos o culto da razão, se eu prego, porque prego?; Se ora, porque oro?; Se cultuar porque o faço? Paulo ensinou a igreja de corinto a usarem a razão e não somente a fé, se usarmos somente a fé ficaremos sem frutos, usando uma fé sem razão. “uma fé sega”

A fé não anula a razão
Elas devem ser equilibradas, embora às vezes a fé supere a razão, mas isso não quer dizer que a razão se torne inoperante, ela continua em ação. Deus disse a Abrão, sai-te da tua terra do meio da tua parentela para uma terra que te mostrarei, ele soube avaliar quem falava com ele, isso fez com que a sua fé fosse processada e finalmente ele optou por obedecer a Deus (Gn 12.1). Outra ocasião foi levar o seu filho Isaac ao sacrifício (Gn 22). A fé enxergara o futuro, mas do que a razão e assim pressuponho que se ele usasse somente a razão ele não teria levado o seu filho para imolá-lo.

“A fé é o firme fundamento das coisas que não se vê, e a prova daquilo que se espera” (Hb 11.1). A fé de Abraão foi mais forte do que a razão superando todas as expectativas em relação ao seu futuro (Hb 11.9,10). O crente deve estar preparado para ouvir a voz de Deus e obedecê-la. Essa atitude de fé foi aprovada (Gn 22.1-14). Para alcançarmos algo na vida somos submetidos as mais variadas provas de fé. Pedro disse aos crentes dispersos “para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.7; Pv 27.21).

Quando temos conhecimento que a nossa fé está sendo provada, é porque algo de bom da parte de Deus está por vir, pois cabe a Ele tanto o querer como o efetuar (Fp 2.13), pois muitos são submetidos à prova. A palavra “provar” segundo Aurélio é aquilo que atesta a veracidade ou autenticidade de algo. Ninguém quer ser submetido à prova, principalmente a da fé, mas a questão não é se quero ou não. Quando as provações de Deus chegam ninguém escapa, porém sabe-se que é para o bem (Rm 8.28). Mediante os sofrimentos devemos estar seguros e convictos da vitória final (2 Tm 1.12; 4.7).

Provado e aprovado com qualidade
A quem Deus tem propósito será provado, José para chegar a governador foi submetido as mais duras provas. Vejam os caminhos que ele passou; seis obstáculos a serem vencidos; (1) Foi odiado pelos seus irmãos (Gn 37.11); (2) Jogado na cova (Gn 37.24); (3) Vendido (Gn 37.28); (4) Escravo na casa de Potifar (Gn 39.1); (5) Seduzido pela mulher do seu senhor (Gn 39.7); (6) Preso no calabouço (Gn 39.20). Mediante esse contexto ele nunca declinou, além de demonstrar um caráter altruísta, jamais desanimou, onde vale salientar sua organização com relação à fé, a razão e ação, “como escravo era o melhor escravo; como prisioneiro era o melhor prisioneiro; como administrador era o melhor administrador” O mais importante! “O Senhor era com José” (Gn 39.23). O obreiro sempre deve fazer o melhor, independente das circunstâncias.

O cristão deve fazer uso da e da razão, sem permitir que a razão venha sufocar a fé, e sem que a fé ofusque a razão. Paulo deixou esse exemplo a ser seguido, no entanto esses dois fatores envolvem; firmeza, obediência, atitudes coerentes à palavra de Deus, de forma que vivenciemos o genuíno evangelho de Cristo (Tt 2.7,8) com plena consciência.

Pr. Elis Clementino – Paulista - PE

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