ESBOÇO 1398 * ASSUNTO: PAULO, UM CONCILIADOR.

 

ESBOÇO 1398 *
TEMA: PAULO, UM CONCILIADOR.
“Ele, antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim” (Fm 11).
 
A carta a Filemom nos traz um rico ensinamento de como devemos cumprir aquilo que Deus nos confiou: “o ministério da reconciliação” (2 Co 5:18). Não devemos abandonar as pessoas que cometeram algum delito e estão afastadas do nosso convívio cristão. Devemos procurar restaurar essas pessoas olhando para nós próprios para não cair no mesmo estado pecaminoso ou na mesma tentação (Gl 6:1). Na referida carta, Paulo conduziu um processo de reconciliação de uma forma que eu considero inteligente e clássica. A carta foi como uma espécie de ponte para reconciliar um escravo fugitivo em uma situação delicada perante o seu senhor.
 
I.                 SIGNIFICADO.
Reconciliação é um processo que redime o homem de seu estado pecaminoso, restaurando a sua comunhão com o seu criador. Foi para isso que Deus criou o ministério da reconciliação através do seu filho (2 Co 5:19-20). Ele também nos deu essa missão de reconciliar pessoas através do perdão. Deus nos deu o ministério da reconciliação para reconduzirmos os homens a Cristo.
 
II.                QUANDO A CARTA FOI ESCRITA?
Ela foi escrita quando Paulo estava preso pela primeira vez em Roma, entre os anos 60d.c e 62d.c. (Fl 1:1,9). A epístola a Filemom é tipicamente miniatura, nela não há nenhuma secção doutrinária, pois se tratava de uma missiva pessoal e inteiramente prática. O personagem central da carta era Onésimo, escravo de Filemom. Ela foi escrita de forma carinhosa devido à forte relação de amizade entre Paulo e Filemom.
 
III.              QUEM ERA FILEMOM E ONÉSIMO?
·        Filemom era um filho na fé e amigo de Paulo, um homem de posses e senhor de muitos escravos, era também muito útil na obra de Deus e ao próprio Paulo, por isso ele o tinha em grande estima.
·        Onésimo era um escravo de Filemom, que havia fugido da casa do seu Senhor e ido para Roma, e lá ele se converteu a Cristo e começou a ajudar a Paulo.
 
Nem todas as pessoas podem intermediar um processo de reconciliação entre pessoas. Na igreja, existem pessoas exclusivas e capacitadas para realizar essa tarefa, pois as pessoas para esse serviço necessitam ser sensíveis, que sejam como os enfermeiros das mãos leves quando aplicam uma injeção.
 
IV.              QUAL O PROPÓSITO DA CARTA?
Convencer Filemom a perdoar Onésimo, seu escravo fugitivo, e aceitá-lo de volta, não mais como escravo, mas como um irmão na fé, Paulo estava promovendo um ato de reconciliação.
 
V.               PAULO ENVIA O ESCRAVO DE VOLTA.
Paulo era um homem conciliador, amável, compreensivo e solidário às necessidades alheias. Onésimo estava ajudando Paulo e deu bom testemunho, demonstrando uma verdadeira conversão a Cristo. Vendo isso, Paulo resolve enviá-lo de volta ao seu senhor. Não se sabe a reação de Onésimo ao ouvir de Paulo que iria enviá-lo de volta para Filemom. Eu creio que a tranquilidade de Paulo passou segurança para Onésimo. O obreiro deve construir pontes e não abismos, Paulo estava reconstruindo uma ponte que havia sido destruída e precisava reconstruí-la.
 
O interessante é que alguns episódios acontecem justamente quando uma pessoa se converte ao Senhor Jesus Cristo, inclusive uma grande transformação que o leva ao novo nascimento, uma nova vida e uma regeneração completa (Jo 3:1-8; II Co 5:17). Nessa carta, Paulo usou vários argumentos como estratégia baseada na conversão de Onésimo.
 
VI.              QUAL O TEOR DA CARTA?
Paulo inicia a sua carta com ação de graça ao dizer. Eu agradeço a Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações. Jamais devemos nos esquecer das boas amizades, mesmo que esteja distante; amizade não se faz somente por momento e sim para toda a vida, lembrando até nas orações (v.4).
 
Paulo apresentou conhecimento a respeito de Filemom dizendo. Eu sei do teu amor e da fé que tens para com os santos, e a comunhão da tua fé se torne eficiente no pleno conhecimento de todo bem que há em nós, para com Cristo (vs.5, 6). Sinto-me alegre e confortado no teu amor, porque o coração dos santos tem sido reanimado por você (v.7).
      
VII.            QUAIS OS ARGUMENTOS DA CARTA?
O que Paulo escrevei em seus argumentos, foi uma espécie de trituração do coração de Filemom.
1. O jeito bondoso de Filemom agir para com as outras pessoas (v.5).
2. A autoridade implícita de Paulo, ou seja, eu não quero usar das minhas prerrogativas para te ordenar (v.8).
3. Paulo usou o amor para efetuar o seu apelo a favor de Onésimo (v.9).
4.  A idade avançada e a condição de prisioneiro a que Paulo estava sendo submetido serviram como alavanca para obter respeito e a boa vontade de Filemom (v.9).
5. Onésimo era “filho espiritual de Paulo”, por conseguinte, irmão espiritual de Filemom (v.10).
6. Onésimo, me foi útil e será muito útil a você Filemom (v.11).
7. Receba-o como as minhas entranhas (V12). No grego “entera” tem o mesmo significado, isso denota um profundo sentimento, aqui Paulo usa uma metáfora como parte íntima do ser humano.
8. Eu queria que ele estivesse comigo, para que ele me servisse em seu lugar (V 13).
9. Mas eu não queria fazer isso sem o teu consentimento, para que você não se sentisse forçado a recebê-lo, mas voluntário (V 14).
10. Talvez ele tenha se separado de você por um tempo por uma causa melhor, para ficar definitivamente com você, não como servo, mas como irmão (V 15,16). Talvez Paulo estava dizendo que aconteceu esse coisa ruim para que acontecesse uma melhor (Rm 8:28).
11. Se você me tem por companheiro, receba-o como a mim mesmo, se ele te deu prejuízo ou te deve algo, põe em minha conta (V 17,18).
12. Eu, fui quem escrevi essa carta, eu o pagarei, não é pagamento para que você não se sinta devedor, eu me regozijarei de ti, receba a quem saiu de mim (V 19,20).
13. Escrevi-te confiado na tua OBEDIÊNCIA, sabendo que ainda farás muito mais do que eu digo (V 21).
 
Todos devem ter novas oportunidades ou chances, às vezes não acreditem ser possível haver mudanças na vida das pessoas que cometeram algum delito. Jamais devemos crer que nunca falhamos. Jesus nos deu um grande exemplo, dando uma nova oportunidade a Pedro, que jamais pensaria que Jesus se lembrasse dele depois que o havia negado (Mc 16: 6,7). Devemos incentivar as pessoas exercitarem a misericórdia para com os faltosos e concedê-los novas oportunidades, se você não faz uso dela, pode faltar no momento que necessitares, não há tendo da parte do Senhor (Tg 2:13; Mt 5:7; 18: 33,35). Quantos na situação de Onésimo estão mortos na fé por caprichos de homens orgulhosos protegidos por uma sigla denominacional, à espera de um Paulo. Talvez, no ponto de vista de Filemom, aquele escravo jamais tivesse outra oportunidade, no entanto, Paulo tinha outro conceito sobre a situação daquele escravo. E você perdoa aqueles que lhes prejudicaram? Em Cristo somos uma só família. Nenhuma diferença racial, econômica, política e religiosa deve deixar de exercer a misericórdia. Deixe Cristo agir por seu intermédio para remover barreiras entre irmãos em Cristo, pois nele somos um. Deus nos confiou o ministério da reconciliação (2 Co 5:18). Está faltando Paulo em nossos dias. Quantos estão abandonados esperando um Paulo?
 
Pr. Elis Clementino

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