ESBOÇO 1528 ASSUNTO: A VISÃO DE ASAFE NO ALTAR.

 

ESBOÇO 1528
ASSUNTO: A VISÃO DE ASAFE NO ALTAR.
TEXTO: SALMOS 73:1-28.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
Ao ler o Salmo 73, somos confrontados com um dilema que inquieta tanto hoje quanto no passado: por que os ímpios parecem prosperar enquanto os justos lutam para entender o que Deus está fazendo? Nos primeiros versículos, Asafe reconhece a bondade de Deus, mas confessa sua crise ao olhar para a aparente vantagem dos perversos (Salmo 73:1-3). Esse salmo expõe a tensão entre a fé que sabemos ser verdadeira e a realidade que parece contradizê-la. Nesta reflexão, veremos como Asafe sai da confusão para a convicção, e como sua experiência nos ensina a enxergar com os olhos de Deus, não apenas com os nossos.
 
I. O dilema de Asafe.
Inicialmente, ele declara a sua confiança em Deus e sua bondade para com Israel e os limpos de coração, mesmo em meio às dúvidas. Vejamos quatro pontos importantes:
 
1. Asafe, numa visão contraditória, descreve a prosperidade dos ímpios e enfrenta as dificuldades para compreender o porquê da prosperidade deles (Salmo 73:4-16). Mesmo que o ser humano seja temente a Deus, ele é tentado a focar a sua visão nas riquezas ou bens materiais. Davi recomendou não olhar para a prosperidade dos ímpios e não ter inveja deles (Salmo 37:1).
 
2. Ter inveja da prosperidade dos ímpios nos coloca em terreno escorregadio.
Quando o olhar se volta para aquilo que os ímpios possuem, o coração corre o risco de escorregar. Foi exatamente isso que quase aconteceu com Asafe: ao observar a riqueza e a tranquilidade daqueles que viviam longe de Deus, ele se sentiu abalado em sua fé (Salmo 73:2). Não foi apenas ele. Jó, em meio à sua dor, também questionou por que os perversos prosperavam e viviam aparentemente seguros, apesar de rejeitarem a Deus (Jó 21:7-15).
 
Esse é um alerta necessário para os nossos dias. Há vozes religiosas que afirmam que ser abençoado significa necessariamente enriquecer, levando muitos a medir a vida espiritual pelo tamanho de posses. Contudo, Jesus nos direciona a buscar primeiro o Reino de Deus — e só depois as demais coisas (Mateus 6:33).
A verdade é simples: o que vale não é ter, mas ser. O “ter” é consequência de quem somos diante de Deus, e não prova de espiritualidade. Quem fixa o olhar no material perde a visão do eterno.

3. A ambição e a inveja cegam o entendimento espiritual.
Os ímpios não percebem as consequências de sua própria inveja, riqueza e rejeição a Deus, porque seus olhos estão “engordurados”, isto é, obscurecidos pelo desejo de possuir sempre mais (Salmo 73:7). Asafe quase caiu nesse mesmo engano: ao olhar demais para o que os ímpios tinham, sua visão espiritual se tornou pesada e confusa. Quando a adoração deixa de ser prioridade, o coração perde sensibilidade, e aquilo que antes era claro torna-se nebuloso.

Isso também pode acontecer conosco. Quando não buscamos discernimento em Deus, nossa visão espiritual fica ofuscada; corremos ansiosamente atrás de riquezas e não percebemos que corremos rumo à tentação e à destruição. Paulo adverte que o desejo de enriquecer sem limites pode afundar o homem em muitas dores (1 Timóteo 6:9-11).

A Bíblia não condena possuir bens, mas condena a ambição que ocupa o lugar de Deus. Podemos prosperar, sim, desde que seja fruto de trabalho, honestidade e fidelidade, sem invejar o que é de outros e sem deixar de buscar o Reino. Paulo mesmo disse que, embora fosse pobre, tornava muitos ricos, porque sua verdadeira riqueza estava em Cristo (2 Coríntios 6:10). O problema não é ter riquezas, mas deixar que elas governem o coração.

4. Questionamos a prosperidade dos ímpios porque comparamos nossa vida com o que vemos.
Muitas vezes nos perguntamos: Por que os ímpios prosperam tanto? Por que tudo o que fazem parece dar certo? Por que não sofrem pelos seus pecados? Essas perguntas surgem quando medimos o valor da nossa vida pelo que vemos ao redor, e não pelo propósito de Deus para nós.
 
O profeta Jeremias também questionou a Deus a respeito da prosperidade dos perversos, e o Senhor o corrigiu, mostrando que a verdadeira questão não era o sucesso deles, mas o preparo espiritual dele próprio (Jeremias 12:1-5). Paulo reforça essa lição ao aconselhar: “Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes” (Romanos 12:16).
 
Quem deseja demais aquilo que é elevado e valorizado pelo mundo corre o risco de perder o que já tem — e ainda colher frustração. Quando a comparação assume o lugar da confiança, o coração perde a paz e a fé perde o foco.
 
II. Reflexão na Presença de Deus
Quando estamos longe do altar do Senhor, olhamos a prosperidade dos ímpios como vantagem e até desejamos o que eles têm. Mas, quando entramos na presença de Deus, nossa percepção muda. O que antes parecia invejável passa a ser visto à luz do seu fim.
 
Foi isso que aconteceu com Asafe. Apenas depois de entrar no santuário — lugar de oração e discernimento — ele compreendeu o destino dos ímpios (Salmo 73:17). Diante de Deus, Asafe percebeu duas verdades:
 
A inveja era pura insensatez. A presença de Deus era a maior riqueza de sua vida (Salmo 73:20-28). Quando reconhecemos isso a tempo, nossa mente é corrigida e nosso coração volta ao lugar certo. Entender isso já é um tesouro, porque nos poupa de viver como Asafe viveu antes de buscar o altar: confusos, ofuscados e iludidos pelo brilho passageiro da prosperidade dos ímpios. Só quem entra no altar entende o valor do que realmente importa.
 
III. A Confiança de Asafe é Restaurada
Depois de entrar na presença de Deus, Asafe entende que a riqueza dos ímpios é passageira e que somente confiar no Senhor traz segurança verdadeira. Sua visão muda: ele passa a crer como Davi, que declara — “Mais vale o pouco do justo do que a abundância de muitos ímpios” (Salmo 37:16).
 
Esse entendimento restaura sua fé e desperta o desejo de permanecer em Deus. A confiança renovada faz Asafe afirmar que estar próximo do Senhor é o seu bem maior (Salmo 73:28).
 
Quando a confiança é restaurada, o coração para de correr atrás de ilusões e se firma na verdadeira riqueza.  Nossa herança não é o que possuímos, mas Quem nos possui: o próprio Deus.
 
Conclusão:
É importante confiarmos em Deus, mesmo quando confrontados com as aparentes injustiças na vida. O Senhor diz ser o tudo para Abraão (Gênesis 15:1); Ele disse a Arão: "Tu não terás herança, nem prosperidade alguma na terra deles, e nenhuma parte haverá para ti no meio dos israelitas". Eu sou a tua parte e a herança no meio dos filhos de Israel; da mesma forma, os levitas (Números 18:20-26; Deuteronômio 10:9; Ezequiel 44:28) também são sustentados, pois Deus não os deixou desprovidos de manutenção e comeriam das ofertas. Davi compreendia que a sua herança e sorte eram o Senhor (Salmo 16:5). Quando entramos no altar de Deus por meio das orações, os nossos olhos serão abertos para contemplar as riquezas do Senhor sobre as nossas vidas. A tua porção é o SENHOR (Lamentações 3:24-26).

ESBOÇO 1527 TEMA: PERDÃO, UMA NECESSIDADE DIÁRIA.

 

ESBOÇO 1527 *
TEMA: PERDÃO, UMA NECESSIDADE DIÁRIA.
TEXTOS: MATEUS 18:21-22; EFESIOS 4:26,32.
Autor: Pr. Elis Clementino.
 
INTRODUÇÃO:
Certa vez, um homem procurou um velho sábio e perguntou: “Quantas vezes devo perdoar alguém que me fere? Não basta apenas uma vez?” O ancião sorriu e disse: “Enquanto houver ofensa, haverá a necessidade do perdão, porque o perdão é o oxigênio da alma”. Todos nós, sem exceção, convivemos com falhas, as nossas e as dos outros.
 
Nenhum relacionamento humano sobrevive sem a prática do perdão. É por isso que Jesus, ao ser questionado por Pedro sobre quantas vezes deveria perdoar seu irmão, respondeu com uma expressão que nos desconcerta: “Setenta vezes sete”. Ele não estava falando de uma conta matemática, mas de uma disposição constante de perdoar. O perdão, meus irmãos, não é um favor que oferecemos a quem nos feriu — é uma necessidade diária que liberta primeiro quem decide perdoar. Negar o perdão é como beber veneno esperando que o outro morra.
 
Quando não perdoamos, colocamos correntes pesadas sobre a nossa própria alma. Neste sermão, vamos refletir sobre como o perdão era visto nas leis civis, o que significa realmente perdoar, como Deus nos perdoa, por que temos tanta dificuldade em perdoar, como o perdão afeta nossos relacionamentos e como podemos exercitá-lo na prática. Prepare-se, pois Deus deseja limpar o seu coração hoje, e isso começa quando você decide liberar aquilo que ainda te prende.
 
A. AS LEIS CIVIS.
As leis civis foram estabelecidas por Deus para organizar a vida social do povo de Israel. Elas tinham dois propósitos: beneficiar o cidadão e condenar quem praticasse injustiça. Escritas por Moisés, eram normas rigorosas e deveriam ser obedecidas integralmente. Aquele que violasse uma parte da lei se tornava culpado de toda ela, como afirma Tiago 2:10–11.
 
Por isso, não havia flexibilização na aplicação da justiça. A punição seguia o princípio da equivalência: “olho por olho, dente por dente” (Levítico 24:20). Ou seja, quem praticasse violência contra o próximo deveria receber uma penalidade proporcional ao dano causado.
 
B. SIGNIFICADO DE PERDÃO?
De maneira bem simples, compreendemos que o perdão é a remissão de uma pena ou indulto que livra o indivíduo da culpa ou ofensa. As penas contra quem pecasse foram estabelecidas por Deus, sendo ele o único que pode indultar o pecador, pois a ele pertencem o perdão e a misericórdia (Daniel 9:9). Perdoar não é uma opção, é uma necessidade, embora tenhamos a livre escolha entre perdoar ou não; porém, as decorrências para quem não perdoa serão inevitáveis.
 
C. O PERDÃO DIVINO
Ele alcança a todos, mas é condicional; para alcançar a graça do perdão, depende do arrependimento e se for de coração. Feliz o homem que tem seus pecados perdoados (Romanos 4:6-8). Quando o Senhor perdoa, ele lança para trás das suas costas os nossos pecados (Isaías 43:25; Miqueias 7:19). O diabo é o acusador dos nossos irmãos e pai da mentira (Apocalipse 12:10; João 8:4); ele tenta nos acusar usando o nosso passado, mas lembrai a ele que Jesus já te perdoou na cruz, levando sobre si os nossos pecados e deles não se lembra mais (Isaías 53:4; 1 Pedro 2:24).
 
D. A DIFICULDADE EM PERDOAR.
Para algumas pessoas, perdoar é uma das tarefas mais difíceis de serem executadas, pois isso faz parte da natureza pecaminosa do homem; ela impossibilita essa ação. Geralmente isso acontece quando a pessoa é magoada ou mexeram com os seus sentimentos; mesmo assim, elas podem até sofrer algumas consequências por reter o perdão, mas não perdoam. É difícil você reconquistar um irmão ofendido, porque vai depender do que ofendeu e do ofendido (Provérbios 18:19).
 
O egoísmo é um dos fatores que pode contribuir para que as pessoas não perdoem, elas acreditam que se pedirem perdão ou demonstrar arrependimento estão declinando ou se humilhando perante aquelas pessoas ofendidas por elas.
 
Pedir perdão é algo que machuca e muito os rancorosos, é aquele tipo, eu sei que ofendi, mas não peço perdão, eu sei que me ofenderam, mas eu não perdoo, eu não me curvo, porém, algumas pessoas com algum transtorno do humor podem se tornar ainda mais difícil para liberar perdão.
 
Geralmente, algumas pessoas não assumem a culpa, tampouco serão libertas das amarras das mágoas, dos rancores e das coisas negativas do coração, no entanto, muitas são as consequências que podem proliferar-se pelo corpo causando-lhes muitos incômodos, como as enfermidades e até causar a morte.
 
De onde vêm as depressões e as doenças neurológicas, os infartos, os AVC(s)? Muitas delas são provenientes das mágoas não curadas; no entanto, perdoar é uma ação libertadora e uma faxina no coração. A mágoa nada mais é do que uma raiz de amargura brotando no coração; portanto, não permita que essa raiz de amargura ou mágoa, angústia, lhe prive da graça divina (Hebreus 12:15).
 
E. PERDÃO NOS RELACIONAMENTOS.
As pessoas que sentem dificuldades em perdoar sempre encontrarão dificuldades nos relacionamentos, lembrando que relacionamento é uma via de mão dupla. Existem momentos em que temos que perder para ganhar, ou seja, abrir mão de algo que possa comprometer o relacionamento. Há pessoas que tiram proveito de alguma inconveniência entre amigos; às vezes, ao invés de aplacarem os ânimos, elas fomentam ainda mais. Basta ler “O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos” (Provérbios 16:28,32; 26:20).
 
F. EXERCITANDO O PERDÃO.
A modéstia e a humildade são as únicas maneiras que dispomos para liberarmos perdão, lembrando que perdoar não é uma opção, mas uma necessidade inerente. Na Bíblia, as palavras "perdão" e perdoar" são ressaltadas muitas vezes e sem limites. As vezes reacendemos dentro de nós aquele velho sentimento de quando alguém nos ofende e pede perdão; geralmente queremos impor limite quando ele reincide dizendo: “De novo”. No entanto, a recomendação de Jesus em resposta sobre o perdão foi setenta vezes sete ao dia (Mateus 18:21-35).
 
CONCLUSÃO:
As palavras não são neutras. Elas têm direção, têm peso e têm consequências. Jesus foi claro ao dizer: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mateus 12:37). Isso nos mostra que o céu leva a sério o que sai da nossa boca.
 
O que você tem construído com suas palavras? Lares ou ruínas? Pontes ou muros? Corações curados ou feridos? Talvez hoje você precise pedir perdão por palavras que machucaram, ou talvez precise liberar perdão por palavras que ainda ecoam como feridas abertas. Mas, acima de tudo, é tempo de consagrar a nossa língua ao Senhor. Que nossas palavras sejam fontes de vida, instrumentos de paz, expressões de fé e canais do amor de Deus.
 
Lembre-se: se as palavras têm poder, então que o nosso falar seja cheio do Espírito Santo. Que da nossa boca fluam palavras que glorifiquem a Deus, edifiquem o próximo e testifiquem de um coração transformado por Cristo. Hoje, você tem a oportunidade de mudar a direção da sua vida — começando pelo que você fala. Que o Senhor nos ajude a usar bem esse dom poderoso que Ele nos confiou: a palavra.

ESBOÇO 1526 TEMA: AS ARMADURAS DE DEUS.

 

ESBOÇO 1526 *
TEMA: AS ARMADURAS DE DEUS.
TEXTO: Efésios 6:10-18.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
Em qualquer combate nesta vida precisamos de proteção. No texto, Paulo apresenta sete instrumentos pelos quais podemos proteger a nossa fé. Assim como uma armadura é composta por vários equipamentos que protegem o soldado, cada peça representa uma defesa espiritual para o cristão.
 
Revestir-se da armadura de Deus é essencial para quem deseja ser vitorioso nas batalhas espirituais, visto que nosso combate não é contra carne e sangue, mas contra as hostes infernais da maldade.
 
1. O Cinturão da Verdade
ü  Estar firme significa manter-se de pé, com fundamentos sólidos, sem ceder ou fugir.
ü  Cingir os lombos com a verdade, sinceridade e uma consciência limpa (2 Coríntios 1:12; 1 Timóteo 1:5,18; 3:9).
ü  A função da cinta é sustentar a vestimenta do soldado, permitindo que ele aja sem se preocupar de maneira que nada impeça-o de agir.
ü  Exemplo bíblico: a exigência divina para os israelitas estarem prontos para a saída do Egito (Êxodo 12:11).
 
2. A Couraça da Justiça
ü  Representa estar revestido de justiça em todos os aspectos (Efésios 5:9; 1 João 3:7; 1 Tessalonicenses 5:8).
ü  A couraça protege o coração e simboliza a defesa da fé contra os ataques do inimigo.
 
3. O Calçado da Paz
ü  Estar calçado com o evangelho da paz significa firmar-se na mensagem de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz.
ü  O evangelho é o caminho da salvação e nos conduz até o final da batalha espiritual.
 
4. O Escudo da Fé
ü  O escudo protege contra ataques externos, como espadas e flechas.
ü  Paulo ensina: “Acima de tudo, tomem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:16).
ü  A fé em ação neutraliza todas as armas do inimigo contra o cristão.
 
5. O Capacete da Salvação
ü  O capacete protege a cabeça, onde estão nossos pensamentos, decisões e comando.
ü  Representa a segurança do relacionamento com Deus e a proteção da fé (Efésios 6:17).
 
6. A Espada do Espírito
ü  Instrumento ofensivo na batalha espiritual: a Palavra de Deus.
ü  “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12).
 
7. A oração, o que ela produz
ü  É o meio pelo qual podemos nos revestir de toda a armadura de Deus.
ü  A oração fortalece, sustenta e neutraliza os ataques do inimigo.
ü  A oração mantém nosso coração sensível à direção do Espírito Santo, evitando decisões precipitadas e carnais.
ü  É através da oração que alinhamos nossa vontade a vontade de Deus, submetendo-nos ao Seu senhorio.
ü  A oração edifica a fé, pois nos leva a contemplar a fidelidade e o agir de Deus em todas as áreas da vida.
ü  Por meio da oração, vencemos a ansiedade e encontramos paz para enfrentar as batalhas diárias.
ü  A oração abre portas espirituais, permitindo que Deus opere de maneira sobrenatural onde nossas forças não alcançam.
ü  Ela cria uma barreira espiritual, guardando nossa mente e nosso coração em Cristo Jesus.
ü  A oração nos mantém vigilantes e despertos, impedindo que sejamos surpreendidos pelas ciladas do maligno.
 
Conclusão
Diante de tudo o que Paulo nos ensina, fica claro que nenhum cristão pode permanecer firme na batalha espiritual sem estar devidamente revestido da armadura de Deus. Cada peça é indispensável, pois protege uma área vital da nossa vida e fortalece nossa caminhada diária. A verdade nos firma, a justiça nos guarda, o evangelho nos conduz, a fé nos defende, a salvação nos assegura, a Palavra nos capacita a avançar, e a oração nos mantém conectados com o Comandante da guerra.

Portanto, que não sejamos soldados despreparados, mas homens e mulheres vigilantes, conscientes de que a vitória não vem da nossa força, mas do Deus que nos reveste e luta por nós. Revestidos da armadura completa, permaneceremos firmes, venceremos as investidas do maligno e honraremos Aquele que nos chamou para o bom combate. Que cada dia seja uma escolha renovada de colocar a armadura, lutar com fé e permanecer inabaláveis no Senhor. Amém.

ESBOÇO 1525 TEMA: CUIDADO COM A IRA.

 

ESBOÇO 1525 *
TEMA: CUIDADO COM A IRA.
TEXTO: ECLESIÁSTES 7:9; PROVÉRBIO 14:29; EFÉSIOS 4:26.
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução
A natureza humana é a única coisa que não é mudada; o homem é dotado de algo como o sentimento ou emoções, ele reage conforme as circunstâncias devido à sua fragilidade e sensibilidade, ele se desgasta mentalmente e fisicamente, dependendo de como ele lida com as suas emoções, por isso faz-se necessário os devidos cuidados para que ele não perca totalmente o seu controle.
 
I. A composição humana
A Bíblia apresenta o ser humano como um ser tricotômico, formado por espírito, alma e corpo. O apóstolo Paulo reconhece essa estrutura ao escrever: “Que o próprio Deus da paz vos santifique completamente; e que o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23).
 
Cada dimensão tem sua função específica na existência humana:
ü  O corpo nos conecta ao mundo físico;
ü  A alma é o centro das emoções, pensamentos e vontade;
ü  O espírito é a área da nossa consciência e comunhão com Deus.
Dentro da alma existe um conjunto de emoções próprias da natureza humana, tradicionalmente compreendidas como vinte e sete, entre elas está a ira, que precisa ser compreendida e administrada à luz da Palavra.
 
II. O controle das emoções.
O homem é dotado de sentimentos, ele sente alegria, tristeza e prazer, ele está sujeito a irar-se e agir conforme as circunstâncias; isso faz parte da sua natureza pecaminosa (Romanos 7:18-21, 24, 25).
 
Cada indivíduo reage de acordo com a sua natureza; no entanto, ele tem a capacidade dada por Deus para controlar os seus sentimentos e seus impulsos.
 
Os problemas causados pelo homem são devido à falta desse controle emocional, pois todo homem precisa controlar ou governar as suas emoções.
 
Melhor é o homem paciente do que o guerreiro; mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade forte” (Provérbios 16:32). “...melhor o longânimo do que o altivo de coração” (Eclesiastes 7:8). Quanto a ira, é melhor está pronto para ouvir e tardio para falar (Tiago 1:19).
 
III. O sentimento de ira.
Podemos definir a raiva como um sentimento de protesto de frustração, insegurança contra alguém ou alguma coisa, fazendo-o se sentir ferido ou até mesmo ameaçado.
 
A ira se abriga no seio dos tolos; estes não têm a capacidade para controlar a sua ira (Eclesiastes 7:9).
 
“O versículo nos ensina que a paciência e a sabedoria são virtudes importantes para lidar com as adversidades da vida.”
 
O intenso sentimento de ódio, rancor por alguma razão, não deve prevalecer sobre as nossas emoções.
 
As pessoas rancorosas têm a capacidade de armazenar ira no seu coração por longos anos e frustram os propósitos divinos para elas, para o cristão é muito ruim, porque pode privá-lo da graça divina (Hebreus 12:15). O sentimento de ira não deve prevalecer nos corações: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). Quando a ira é pecaminosa, é pior ainda; temos o exemplo Caim, que matou o seu irmão.
 
IV. As consequências da ira
A ira quando é alimentada e guardada no coração produz consequências sérias, tanto no corpo quanto na vida espiritual. No aspecto físico, ela pode desencadear diversas enfermidades, como problemas gastrointestinais, dificuldades de memória, além de aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral.
 
No aspecto espiritual, a ira compromete nossa comunhão com Deus e enfraquece a vida devocional. Jesus ensinou que ela interfere até na adoração, pois impede que nossos sacrifícios sejam aceitáveis diante do Senhor (Mateus 5:23-24). Ele ainda adverte com firmeza: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão será réu de juízo” (Mateus 5:22).
 
V. Como lidar com a ira e o perdão.
A ira muitas vezes é gerada por uma palavra dura fora de tempo: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1). Por isso, toda raiz de amargura, toda cólera, ira e toda espécie de malícia sejam tiradas de entre vós (Efésios 4:31-32).
 
O perdão é a faxina da mente e do coração, pois é a única maneira de dissipar a ira e a mágoa do coração; a partir daí a pessoa passa a ter paz interior. “O perdão tira a alma da prisão.” “O perdão é gratuito, o preço é alto.”
 
Há um custo, a renúncia do eu e do orgulho. Existem pessoas que guardam ira, mágoa por muitos anos, como falei anteriormente; elas se definham fisicamente e espiritualmente, não perdoam, mas também não são perdoadas por Deus (Mateus 6:14; Efésios 4:32).
 
Conclusão
Portanto, devemos ter muito cuidado, não deixemos que a ira se instale em nossos corações, causando em nós inúmeras sequelas.
 
Para que possamos ser libertos da ira, há dois caminhos: libertar-se dela por meio da palavra de Deus e da oração. Ressentimentos pecaminosos têm cura:
 
Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Como é feliz o homem constante no temor do Senhor! Mas quem endurece o coração cairá em desgraça” (Provérbios 28:13,14).
 
Devemos ter cuidado com a ira. Irei-vos, mas não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira (Efésios 4:26).
 
Sabeis disto, meus amados irmãos; mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para irar-se; porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tiago 1:19-20).

ESBOÇO 1524 TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.

ESBOÇO 1524
TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.
TEXTO: ATOS 20:28; 2 TIMÓTEO 2:15
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
A capacitação é indispensável em qualquer área da vida — seja no campo profissional ou no espiritual. No contexto da igreja, ela se manifesta por meio da liderança cristã, que exige preparo, habilidade e maturidade para servir com excelência. Nenhum líder, seja ele secular ou eclesiástico, começa sua jornada sabendo tudo; o aprendizado é um processo contínuo, desenvolvido com humildade e dependência de Deus. Neste estudo, de forma simples e objetiva, abordaremos o valor da capacitação eclesial, entendendo que o chamado para servir exige crescimento constante, comprometimento e excelência espiritual no serviço ao Senhor.
 
I. Capacitação Eclesial.
1. É o meio pelo qual os obreiros são aperfeiçoados para o exercício sacerdotal ou eclesiástico. As funções ministeriais na igreja foram distribuídas pelo Senhor. No entanto, o propósito dos líderes é equipar e capacitar os santos para realizar a obra do ministério. A fim de que, por meio do ensino, eles edifiquem a igreja, que é o corpo de Cristo (Efésios 4:11-12). De maneira que cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus (I Pedro 4:10-11). Textos importantes: (1 Timóteo 3:1-7; Atos 6:3; Efésios 4:11-12; Tito 1:5; 1 Pedro 5:2-3). Esses versículos abordam a importância de características de liderança e o papel dos líderes da igreja, destacando a necessidade de uma reputação respeitável, sabedoria e dedicação ao ministério.
 
2. A liderança espiritual vai além da estrutura organizacional da igreja.
Ela não se limita à administração de cargos ou funções, mas envolve um profundo senso de responsabilidade diante de Deus pelo cuidado do rebanho (1 Pedro 5:2). O líder espiritual, especialmente o pastor, deve lembrar-se de que prestará contas a Deus pelas vidas que lhe foram confiadas (Hebreus 13:17). Por isso, sua liderança deve ser exercida com zelo, amor e vigilância constante.
a. Habilidade ou aptidão para ouvir.
b. Equilíbrio emocional.
c. Domínio próprio.
d. Sensibilidade.
e. Discernimento.
f. Comedimento no aconselhamento.
g. Decisões seguras.
 
3. A capacitação espiritual tem o propósito de gerar discernimento e sabedoria.
Por meio dela, mentores e instrutores transmitem não apenas conhecimento bíblico, mas também experiência espiritual aos seus discípulos. Essa transmissão abre os olhos espirituais dos liderados, capacitando-os a discernir e solucionar não só questões espirituais, mas também desafios pessoais e práticos da vida (1 Reis 3:16-28). Assim como Salomão, o líder preparado espiritualmente aprende a julgar com sabedoria e justiça.
 
4. O líder cristão deve inspirar confiança e segurança.
Nenhum obreiro ou pastor pode permitir que a igreja duvide de sua capacidade de liderança. Para isso, é essencial demonstrar firmeza, equilíbrio e competência ao lidar com os assuntos espirituais e pessoais dos membros. Essa segurança nasce de um caráter aprovado e de requisitos indispensáveis que todo líder deve apresentar, como maturidade espiritual, domínio próprio, sabedoria e empatia no trato com as pessoas.
 
II. O líder e a divisão de tarefas.
Moisés cansou e debilitou-se porque queria carregar a carga sozinho, de modo que ele pediu a Deus para matá-lo, mas o Senhor lhe orientou. Esse texto é interessante pelos ricos detalhes (Números 11:14-30). A capacidade espiritual que estava sobre Moisés se estenderia sobre os anciãos. Moisés seria como uma lâmpada acesa irradiando brilho sobre os seus anciãos, sem, contudo, que ele fosse prejudicado.
 
O obreiro não deve tentar fazer tudo sozinho; se assim o fizer, ele desgastará a sua liderança. O líder deve compartilhar com os seus auxiliares as tarefas. Jetro, o sogro de Moisés, vendo as dificuldades que o seu genro estava enfrentando para julgar as causas do povo, o aconselhou a formação de líderes; ora, isso há aproximadamente três mil e quinhentos anos (Êxodo 18:13-26).
 
Entretanto, o líder deve ter a humildade para ouvir os seus liderados cuidadosamente, fazendo uma avaliação prévia, sem, contudo, demonstrar se será feito ou não. Quanto é bom um conselho, embora haja obreiro que, se alguém lhe der um parecer de alguma coisa, ele pode não aceitar e até repreender o indivíduo devido ao seu orgulho, pois ele se sentirá diminuído; isso é muito ruim. Um obreiro precisa ser humilde; ele não é obrigado a atender ao conselho, mas escute, avalie, pondere e seja agradecido. Cuidado! Você pode desgastar o seu ministério antes de concluir os propósitos de Deus para você.
 
Roboão, rei de Judá, desprezou os conselhos dos anciãos e preferiu ouvir os jovens da sua geração quanto à pesada carga de impostos que recaía sobre o povo (1 Reis 12:8–19). Essa decisão precipitada trouxe sérias consequências: o povo se revoltou contra ele, resultando na divisão do reino.
Aprendemos, portanto, que liderar não é fazer tudo sozinho, mas formar outros para servir. E isso nos conduz à postura que o obreiro deve manter diante do rebanho.
 
III. A postura do obreiro.
Um obreiro deve ter postura, muitos deles perderam valores que os enobreciam por serem brincalhões, contadores de piadas, eles não levaram a sério, principalmente as coisas sagradas.
 
IV. O obreiro precisa ser e ser:
1.      Respeitoso.
2.      Sério.
3.      Conter-se na presença das pessoas, principalmente dos incrédulos.
4.      Gentil para com as pessoas, principalmente os mais jovens (1 Timóteo 4:12).
5.      Ser ético.
6.      Ser coerente em relação à hierarquia ministerial.
7.      Livre de qualquer ambição (Filipenses 2:3,4).
8.      Fiel nas finanças.
9.      Ser verdadeiro e tudo o que ele fizer, faça de coração (Colossenses 3:23,24; Eclesiastes 9:10; Efésios 6:6-9).
 
V. Seis virtudes essenciais que um obreiro precisa ter:
1.      Integridade
Agir de acordo com princípios éticos e morais, mantendo coerência entre o que se prega e o que se vive. A integridade é o alicerce do caráter cristão e deve se manifestar em todas as áreas da vida do obreiro.
2.      Humildade
Ser humilde é estar aberto ao aprendizado contínuo, reconhecer as próprias limitações e valorizar as contribuições dos outros. A humildade é o caminho para o crescimento espiritual e para a verdadeira liderança serva.
3.      Compaixão
Ter a capacidade de compreender e se conectar emocionalmente com as pessoas, demonstrando misericórdia e empatia. A compaixão reflete o coração de Cristo e aproxima o líder das necessidades do rebanho.
4.      Visão inspiradora - Guiar os liderados com um propósito mais elevado, alinhado aos valores espirituais. Um líder inspirado por Deus motiva outros a enxergarem o futuro com fé e esperança, mesmo em meio às adversidades.
5.      Resiliência espiritual - Enfrentar os desafios e as lutas do ministério mantendo firme a fé, a esperança e a confiança em Deus. A resiliência espiritual capacita o obreiro a perseverar e continuar servindo com ânimo, mesmo sob pressão.
6.      Fidelidade ministerial - Ser fiel em tudo o que Deus confiou — no ensino, na administração dos dons, nas finanças e nas responsabilidades do ministério. (1 Coríntios 4:2; 2 Timóteo 2:2; Tito 1:7; 1 Pedro 4:10; Mateus 25:21; Efésios 6:5). Esses textos destacam que a fidelidade é a marca do verdadeiro servo de Deus. Jesus foi o maior exemplo de liderança.
 
VII. Jesus, o maior líder
Jesus é o maior exemplo de liderança que o mundo já conheceu. Seus ensinamentos foram claros, diretos e transformadores, especialmente para aqueles que buscavam posições de destaque e poder. Ele disse aos seus discípulos:
 
“Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:26-28)
Com sabedoria e sensibilidade, Jesus corrigiu a visão humana de grandeza sem humilhar nem ferir os sentimentos dos discípulos. Ele mostrou que a verdadeira liderança não está em ser servido, mas em servir com amor, humildade e sacrifício.
 Se queremos liderar como Cristo, precisamos aprender com Ele a servir, a ouvir e a amar. A verdadeira capacitação eclesial é, portanto, conformar nosso caráter ao de Jesus.
 
Conclusão:
A capacitação nos traz todos esses benefícios, e aquele que aspira ao episcopado deve estar ciente de tudo o seu proceder no decorrer do seu ministério, além de em tudo se dar, por exemplo (Tito 2:7-8). O sucesso ministerial não se dá apenas pelo conhecimento teológico, mas pelas experiências do cotidiano. Jesus nos deixou o modelo de como servir, “Eu vim para servir e não para ser servido”.

 

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