ESBOÇO 441
TEMA: A MALDIÇÃO QUE NÃO SE CUMPRE
“Como
um pássaro que foge, como uma andorinha no seu voo, assim a maldição sem causa
não se cumpre” Pv 26.2
Maldição, um termo que se usado contra alguém, faz esse alguém tremer. Enquanto isso, o termo
bênção traz conforto espiritual. Essas terminações são usadas desde os tempos
antigos. As pessoas acreditavam ter poderes dados por Deus, tanto para
amaldiçoar quanto abençoar. Ainda hoje esses termos são usados por pessoas
religiosas que se baseiam no passado. Discorreremos nesse assunto sobre a bênção
e a maldição, conforme as escrituras sagradas.
Significado
a) A maldição é um ato ou efeito de amaldiçoar ou pronunciar palavras de
maldição. (b) Imprecação (ato de
imprecar, maldição, praga). Existem alguns salmos considerados imprecatórios,
são aqueles que de alguma forma chocam, porque são julgadores; eles invocam a
vingança e a maldição do nosso Deus, inclusive, as imprecações mais longas
estão nos Salmos 35, 69 e 109; mas alguns traços de vingança também aparecem em
outros, podemos citar alguns: (Salmos 31.17-18; 40.14; 54.5; 55.15; 58.6-7; 59.9-13;
83.9-17; 137.8-9; 139.19. (c) Desgraça
de alguém ou uma praga.
O poder das imprecações
Ao
ler o livro de Salmos, são necessárias fazer algumas considerações; pois as
maldições, em alguns casos, são expressas por pessoas apoiadas em algumas
atitudes de outras, e podem causar infortúnios “infelicidade, desgraça,
calamidade e desventura em determinados indivíduos”. As religiões antigas
confiavam nessas declarações emocionalmente carregadas, que, proclamadas, trariam
essas consequências; por isso as pessoas atualmente continuam temendo as
maldições (Rm 3.14). Devemos levar em conta o poder espiritual daquele que
amaldiçoava ou abençoava. Jacó abençoou não somente os seus netos Efraim e
Manassés, como também convocou os seus doze filhos para abençoar a cada um
deles. E essas bênçãos têm demonstrado o seu poder entre os seus descendentes
até hoje (Gn 49:1-33). Noé amaldiçoou a Canaã filho de Cam, como também
abençoou Cem e Jefé (Gn 9.25,26; Dt 27.16). Há pessoas malignas, que recebem
ajuda de espíritos malignos ou maus, e evidentemente podem prejudicar, ou mesmo
levar outra pessoa às enfermidades e até à morte; entretanto, não devemos ser
supersticiosos a ponto de acreditar que venham sobre nós mau olhado ou coisas
parecidas, embora sabendo que há pessoas dotadas de um grande poder PSÍQUICO
e que podem produzir efeitos nas vidas de seus semelhantes. Se amarmos as
maldições elas nos sobrevirão (Sl 109:17;
Pv 26:2).
A proteção divina sobre as imprecações
Os
que estão debaixo da proteção do SENHOR não sofrerão influências estranhas e
malignas, “pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra
Israel (Nr 23.23)”. As maldições não alcançam o povo de Deus (Nr 22.12,18; Nr
23.11; Nr 24.10). Deus inverte a maldição em bênção, conforme fez com a
maldição de Balaão (Dt 23.5). As palavras imprecatórias não nos alcançam e
podemos desfrutar dessa bênção (Sl 91.10; Isa 54.17; Jó 5.21; Tg 3.8-10; Rm
8.31, Nr 14.9; Jó 34.29; Sl 118.6; Rm 8. 33,34). Somos guardados porque o anjo
do Senhor se acampa ao nosso redor para nos guardar (Sl. 34.7; Sl 91.3 – 12).
Bênçãos divinas
Assim
como podem vir as maldições às pessoas desobedientes, as bênçãos divinas também
virão sobre os justos.
No antigo testamento as bênçãos eram
proclamadas em momentos solenes, como se ler no salmo 103, onde temos uma
expressão pessoal de agradecimento, em face às bênçãos divinas recebidas. O antigo testamento encerra várias bênçãos
domésticas, nas quais o pai de família invoca a bênção divina sobre os seus
filhos (Gn 9:26; 27:27-29; 48:15,16); essas bênçãos tinham grande valor, porque
elas eram proclamadas e as pessoas criam no Deus de Israel. Moisés proferiu uma
bênção sobre o povo de Israel como um todo (Dt 28:1-14), sendo que a bênção
clássica é a bênção de Arão que era o sacerdote (Nr 6:24-26). As bênçãos eram
invocadas quando na adoração pública (Lv 9:22; Dt 10:8). A postura física dos
invocantes, usualmente, incluía o gesto das mãos erguidas (Lv 9:22). No novo
testamento há bênçãos eloquentes: (Rm 15:3; 2 Co 13:13; Hb 13:20,21; Jd 24; 1
Pe 5:14 e 3 Jo 15), várias das quais são comumente usadas nos nossos cultos de
adoração a Deus, incluindo a bênção apostólica no final.
A
bênção de Deus está à nossa disposição, nós somos quem as escolhemos (Dt
11:26,28). As bênçãos caem sobre os justos (Pv 10:6), elas enriquecem sem
acrescentar dores (Pv 10:22). Pela bênção do justo a cidade se alegra (Pv 11:11).
O crente fiel gozará de abundantes bênçãos espirituais e materiais (Pv 28:20ª;
Ml 3:10). Deus fará descer chuvas de bênçãos no seu tempo (Ez 34:26).
Devemos confiar inteiramente no Senhor, pois dele vem
a nossa proteção e as bênçãos divinas; as maldições não nos alcançarão (Sl
91:5, 6). Deus promete nos livrar (Sl 91:14,15). Mesmo que alguém nos faça o mal, não devemos retribuir com o mal,
antes pelo contrário, abençoá-lo (I Pe 3.9,10). Tenhamos a certeza que o Senhor
nos protegerá enquanto confiarmos nele, e fará com que as suas bênçãos caiam copiosamente
sobre nós e nossos filhos.
Pr. Elis Clementino – Itapissuma –
PE/Brasil
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