ESBOÇO 438
TEMA: RELACIONAMENTO DE AMIZADE
“Em
todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce um irmão.” (Pv 17.17)
Somos criaturas sociais, inclusive, o próprio Deus
declarou: “Não é bom que o homem esteja só”, ou seja, ele viu a necessidade da
proliferação da raça, e assim formou uma comunidade social; por isso, o ser
humano não foi criado para viver em conflitos; mas os interesses pessoais o
levaram à subversão.
Os primeiros conflitos
Adão
e Eva acusavam um ao outro de serem responsáveis pela desobediência (Gn 3.12,13), finalmente, os dois eram
culpados porque ambos desobedeceram ao Senhor.
O homem é responsável pelos seus atos. Adão e Eva (eles) sofreram as
consequências pelo que fizeram (Gn
3.14-24). O pecado gera pecado. Logo após houve uma tragédia com seus
filhos Caim e Abel, (Gn 4.1-8), também recebeu a justa
recompensa (Gn 4.11-15). Mais tarde,
mais um problema familiar entre Abrão e Ló seu sobrinho (Gn 13.7). O pecado de Adão e Eva germinou, “assim também a morte
passou a todos os homens...” (Rm 5.12),
por isso toda humanidade geme (Gl 5.6,7),
e, finalmente, de que se queixará o homem? (Lm
3.39).
População e relacionamento
Provavelmente
a população mundial, atualmente, já passou dos 7 bilhões; essa número sempre
está em crescimento, e na proporção que cresce aumentarão ainda mais os
problemas. Hoje o maior desafio é o relacionamento nesse mundo abarrotado de
pessoas. As relações interpessoais estão ficando cada vez mais difíceis pelas
diferenças, existem pessoas que dizem: “Há que saudade dos tempos antigos!
Quando sentávamos nas calçadas das nossas casas para prosar, tranquilos, sem
que alguém nos incomodasse...” realmente, essa é uma verdade expressa por
aqueles que vivenciaram aquela época. Na contemporaneidade a maioria das
relações tem sido marcada por conflitos, ficamos tristes em ver os danos
causados por essa agitação; o amor está em extinção por causa do aumento da
ambição e maldade. Jesus, no seu sermão profético, ele disse que se aborrecerão
uns aos outros sem causa (Mt 24.9-12).
Essa é a realidade de hoje, ninguém suporta mais ninguém, o ódio entra em ação
de imediato sem qualquer diálogo, se falarmos em perdão para muitas pessoas
elas são capazes de perguntarem: o que é isso? Essa realidade foi também
expressa por Paulo ao Jovem Timóteo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos” (2 Tm 3.1,2).
Trabalhosos porque querem servir a Deus da sua maneira e pensamentos (2 Tm
4.3) “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências”. Se continuarmos o restante do texto, veremos que a situação
será muito pior daqui pra frente (2 Tm 3.3-13). “O ser humano é tão inteligente
e não consegue se educar” (CLEMENTINO 2012).
A ambição pelas coisas
Há
uma inversão de valores, as coisas estão ficando cada vez mais valiosas do que
as pessoas; as buscas pelas coisas marcaram também a vida dos discípulos, eles
discutiam entre si para saber quem seria o maior no reino do Céu (Mc 9:34; Lc 9:46). Não devemos
ambicionar as coisas altas, de forma doentia (Rm 12.6). Devemos lutar pelos nossos ideais, sem, contudo,
desvalorizar as pessoas, pois elas são mais importantes do que as coisas. O
homem, em busca de poderes, fama e dinheiro, é capaz de tudo: humilhar,
desprestigiar outrem e até tirar a vida como se ela nada valesse (Tg 4.1-3). O Apóstolo Paulo comentou
várias vezes sobre a desunião na Igreja, e apelou pela paz. Em suas viagens
missionárias houve muitos conflitos; na sua carta a Igreja de Corinto ele
expressou o seu temor em visitá-la e encontrar “contenda, invejas, iras,
porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos” e outras tensões
interpessoais. Os crentes desordenados representam um conflito para a igreja (I Co 5.1-13).
Relacionamento por conveniência
As
pessoas que se relacionam por conveniência não terão sustentabilidade nesse
relacionamento, um dia ele é quebrado, porque é um relacionamento sustentado
por interesses pessoais. Ninguém é perfeito, um dia, uma das partes ficará
insatisfeita. O verdadeiro amigo, nos momentos mais difíceis torna-se mais do
que um irmão (Pv 17.17; Jo 15.13).
Devemos nos relacionar bem e sem
conflitos; mesmo reconhecendo que vivemos no aglomerado de pessoas, deixemos de
lado qualquer coisa que gere ações conflitantes. Jamais devemos atropelar os
nossos semelhantes para conseguir algo que esteja em nossa mente, nem tão pouco
nos relacionarmos por conveniência; a nossa amizade deve ser sincera e humilde
dentro da igreja e fora dela, isso sirva de ornamento em nossas vidas.
Pr. Elis Clementino – Itapissuma
–PE/Brasil
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