ESBOÇO 456
TEMA: AS INDAGAÇÕES DE JÓ
“Por
que não nasci morto? Por que não morri antes de nascer? Por que minha mãe me
segurou no colo? Por que me deu o seio e me amamentou?” (Jó 3.11.12).
Existem demandas na vida que
questionamos por quê. Há sempre uma razão para esses questionamentos, são
acontecimentos que não sabemos como explicar. Há momentos que desejamos até não
viver mais; isso acontece com as pessoas, independentemente do grau de
espiritualidade, ou seja, até mesmo as pessoas que tiveram relacionamentos
íntimos com Deus.
Os desânimos
As
escrituras apresentam várias pessoas desanimadas e profundamente abatidas.
Abraão foi um homem que teve estreito relacionamento com Deus, mas teve momento
de abatimento, pelo insucesso, quando oferecia o sacrifício. A impressão,
naquele momento, era que o sacrifício exigido não estava sendo aceito e o
desânimo o fez adormecer (Gn 15.11,12).
Moisés,
um grande legislador e profeta de Deus, ele teve a maior missão ao libertar os
hebreus do cativeiro, mas os sofrimentos e o jugo da responsabilidade lhe
desanimaram a ponto de pedir a morte (Nr
11.15).
Elias
um profeta temido pela sua autoridade espiritual, chegou ao ponto de desafiar
profetas, reis e todos os tirânicos da época. Mesmo assim sofreu prostração a
ponto de pedir a morte (I Rs 19.4).
Ele estava profundamente deprimido e desanimado; os seus sentimentos não eram
diferentes dos de Paulo que afirmou ter desejo de partir e estar com Cristo (Fp 1.23). Os heróis da fé desejaram uma
pátria melhor (Hb 11.16). Há momentos
que parecem ir embora todas as nossas esperanças e sermos tomados por um
aparente fracasso, principalmente no estado de solidão “e eu fiquei só” (I Rs 19.10).
Jó,
mediante as acusações, quebra o silêncio diante dos seus amigos, e começa
amaldiçoando o seu nascimento. Leia com atenção o que ele fala (Jó 3.1-10),
esse diálogo de Jó consta de duas partes a MALDIÇÃO e a LAMENTAÇÃO (Jó 3.11-26). Jó questiona: por que os
infelizes continuam vivendo? (Jó
3.20-26). Essas coisas podem acontecer com qualquer indivíduo. A morte para
Jó parecia ser o foco principal e a solução para tudo aquilo que estava
passando, no entanto, o que ele mais temia ocorreu “Aquilo que eu mais temia
foi o que aconteceu, e o que mais me dava medo me atingiu” (Jó 3.25), agora nada mais me vale, seria melhor que a minha mãe
tivesse me abortado.
Nessa
vida, às vezes fazemos os mesmos questionamento: Por que aconteceu isso, logo
comigo? Logo eu! Eu não mereço isso; eu sou teu servo (a) SENHOR. Inquire e não
vem nenhuma resposta da parte de Deus, o silêncio é total. Outras pessoas que
têm conhecimento dos fatos criticam os sofrimentos alheios, por ignorarem os
planos de Deus na vida de tais pessoas sofridas. Há quem pregue e ensine as
facilidades para que as pessoas não sofram, como se elas tivessem controle
sobre os seus próprios sofrimentos (Jo
16.33). Imagino no momento que essas pessoas estiverem diante da
calamidade, o que elas hão de fazer?
Jó, repreendendo a sua mulher quando pedia
para ele amaldiçoar a Deus e morrer, respondeu para ela: você está falando
bobagem! Recebemos somente coisas boas de Deus, por que não vamos aceitar
também esses sofrimentos? (Jó 2.10). Deus pode agir de acordo com
a sua vontade. Não somos os primeiros a sofrer. Servos de Deus sofreram no
passado os mais terríveis tipos de vitupérios sem, contudo, perder a visão de
um Deus que tudo pode. “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus
pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.1).
As lições são aprendidas nas
adversidades. Os sofrimentos nos amadurecem, com eles adquirimos experiências,
muitos ensinos são aprendidos na fornalha da aflição, elas nos tornam mais
dependentes de Deus do que de nós mesmo. As consternações da vida podem nos
fazer produzir frutos para a glória do Pai.
O autocontrole nos momentos da adversidade
é imprescindível. Salomão quando fala sobre ela pede que levemos em
consideração, bem como no dia da prosperidade (Ec 7.14), é o que disse Jó a sua mulher: não temos recebido o bem
de Deus, por que não o mal (Jó 2.10).
A esperança do crente não pode ser abalada mediante as circunstâncias
desagradáveis da vida (Hb 3.16-18).
“Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e
não cessarão os seus renovos” (Jó 14.7).
“Andando
eu no meio da angústia, tu me vivificarás; estenderás a mão contra a ira dos
meus inimigos, e a tua destra me salvará.” (Sl
138.7).
Pr. Elis
Clementino-Itapissuma –PE/Brasil
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