ESBOÇO
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TEMA:
VAGUEANDO FORA DO LUGAR
“Como a ave que vagueia
longe do ninho, assim é o homem que vagueia longe do lar”. Pv 27.8; “Sou
semelhante ao pelicano no deserto; sou como coruja nas solidões; velo e sou
como o pardal solitário no telhado” (Sl 102.6,7).
Tudo
o que existe no mundo tem o seu devido lugar, tempo e modo; sejam objetos e
pessoas, cada coisa no seu lugar. Jesus disse que as raposas têm seus covis, aves
do céu têm seu ninho, (Mt 8.20); O pardal encontrou casa, a andorinha o seu
ninho (Sl 84.3). O tempo tem as quatro estações: primavera, verão, outono e
inverno. Essas são as subdivisões baseadas em padrões climáticos. Quando ocorre
alguma alteração em uma região, como acontece com o período de verão, todos
sofrem.
Quando
falamos sobre as estações do ano sabemos que elas acontecem por causa da
inclinação do eixo da terra em relação ao sol. O movimento no nosso planeta
dura um ano, chamamos esse movimento de “movimento de Translação” “e a sua
principal consequência é a mudança das estações do ano”. Quero aqui enfatizar que
tudo tem seu lugar, modo e ocupa o seu espaço. Falarei sobre o homem fora do
seu lugar em diversos aspectos.
O homem fora da
comunhão com o seu criador
Deus fez o homem para que ele tivesse um
profundo relacionamento e uma comunhão mais íntima com ele. Deus o colocou em
um lugar de delícias no Jardim do Éden, o relacionamento de ambos era perfeito até
enquanto o homem não havia pecado. Após a queda ele foi degredado do Éden e
passou a ter uma jornada de dificuldades, e uma delas era viver do suor do seu
rosto (Gn 3.19). Na atualidade não é diferente, para termos alguma coisa temos
que trabalhar “Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que
ajunta à força do trabalho terá aumento”. (Pv 13.11). O homem ficou fora do seu
ninho vivendo uma vida de sofrimentos.
O homem fora do
contexto social
O homem é um ser sociável. Na pré-história
descobriu-se que a convivência em grupo facilitaria a vida em todos os sentidos.
O homem só será afastado desse convívio social quando ameaça a sociedade em que
vive. As pessoas para viverem em uma coletividade têm que saber viver em grupo
e respeitar os direitos de outrem, pois caso contrário elas terão que ser
afastadas desse convívio para que o restante do grupo viva bem. O mais
importante em uma sociedade é o relacionamento, isso é fundamental para um
crescimento justo, basta ver o exemplo de uma comunidade cristã do primeiro
século “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no
partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas
e sinais se faziam pelos apóstolos.” (Atos 2:42-43)
O homem fora da
família
É honroso para o homem considerar os
seus ancestrais e manter as heranças consideradas importantes deixadas por ele.
A relação familiar é passada de pai para filhos. Quando essa família é unida e
um dos seus membros se afasta dela por algum motivo, seja mudança ou viagem, os
demais componentes sentem como também aquele que se afastou. Isso é natural,
mas aquele que se apartou certamente sentirá muito mais a ausência do aconchego
da sua família, embora ele tenha que passar por um processo de adaptação para
se integrar a um novo grupo social. Temos nas Escrituras um forte exemplo de um
membro de uma família que deixou a casa (Lc 15.11-32). Às vezes a pessoa não
consegue ter um processo de adaptação a contento e termina voltando para a sua
família.
O
homem fora da igreja
Antes de falar sobre o homem fora da
igreja gostaria de mostrar o conceito distorcido que muitas pessoas têm sobre
igreja. Alguns usam esta palavra para descrever um edifício; para outros uma
organização mundial, deixando de lado o significado original descrito no novo
testamento. No Novo Testamento é o povo de Deus; não é um edifício construído
com pedras, mas com pedras vivas significando pessoas. É somente meditar no que
disse o apóstolo Pedro “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa
espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (I Pedro
2.5). As pedras aqui mencionadas são chamadas de a família de Deus. “Assim, já não
sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família
de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais
sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2.19-22),
e não um bloco de cimento. A igreja é um corpo constituído de membros vivos,
que são as pessoas, homens e mulheres; o templo é outra coisa, é o lugar de
adoração. E tanto na igreja, quanto no
templo é o lugar onde todo homem deve estar para seus momentos de adoração ao
Senhor.
Quando o indivíduo
deixou de viver no convívio cristão ou não está mais agregado à igreja, ele
está fora do lugar; muitos deles sabem disso e sentem a necessidade de
regressar, mas às vezes há algo que lhes prende. “O irrequieto “inquieto” e sem
raízes é como um pássaro que vagueia. O pássaro deixa a sua prole, seus lugares
de descanso e os seus companheiros de espécie e vai para lugares estranhos se
expondo a muitos perigos. Conforme o salmista ele se encontrava em situações
como: o pelicano no deserto, essa ave não é apropriada para o deserto, mas nos
mares e o pardal solitário, fora do lugar porque pardal anda em bandos (Sl
102,6,7).
Assim também
acontece com o homem que deixa a sua casa, família, parentes e igreja
tornando-se um nômade para buscar fortunas e os prazeres da vida em terras estranhas
e distantes. Certamente ele enfrentará pobreza e dificuldades. Tomemos como
exemplo essas duas criaturas que vagueiam fora do seu lugar “a ave e o homem” e
jamais queiram vaguear, principalmente fora da sua comunidade cristã, pois as
consequências serão muito piores.
Pr.
Elis Clementino- Itapissuma -PE
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