VAGUEANDO FORA DO LUGAR



ESBOÇO 493
TEMA: VAGUEANDO FORA DO LUGAR
“Como a ave que vagueia longe do ninho, assim é o homem que vagueia longe do lar”. Pv 27.8; “Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como coruja nas solidões; velo e sou como o pardal solitário no telhado” (Sl 102.6,7). 

Tudo o que existe no mundo tem o seu devido lugar, tempo e modo; sejam objetos e pessoas, cada coisa no seu lugar. Jesus disse que as raposas têm seus covis, aves do céu têm seu ninho, (Mt 8.20); O pardal encontrou casa, a andorinha o seu ninho (Sl 84.3). O tempo tem as quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. Essas são as subdivisões baseadas em padrões climáticos. Quando ocorre alguma alteração em uma região, como acontece com o período de verão, todos sofrem.

Quando falamos sobre as estações do ano sabemos que elas acontecem por causa da inclinação do eixo da terra em relação ao sol. O movimento no nosso planeta dura um ano, chamamos esse movimento de “movimento de Translação” “e a sua principal consequência é a mudança das estações do ano”. Quero aqui enfatizar que tudo tem seu lugar, modo e ocupa o seu espaço. Falarei sobre o homem fora do seu lugar em diversos aspectos.

O homem fora da comunhão com o seu criador
Deus fez o homem para que ele tivesse um profundo relacionamento e uma comunhão mais íntima com ele. Deus o colocou em um lugar de delícias no Jardim do Éden,  o relacionamento de ambos era perfeito até enquanto o homem não havia pecado. Após a queda ele foi degredado do Éden e passou a ter uma jornada de dificuldades, e uma delas era viver do suor do seu rosto (Gn 3.19). Na atualidade não é diferente, para termos alguma coisa temos que trabalhar “Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento”. (Pv 13.11). O homem ficou fora do seu ninho vivendo uma vida de sofrimentos.

O homem fora do contexto social
O homem é um ser sociável. Na pré-história descobriu-se que a convivência em grupo facilitaria a vida em todos os sentidos. O homem só será afastado desse convívio social quando ameaça a sociedade em que vive. As pessoas para viverem em uma coletividade têm que saber viver em grupo e respeitar os direitos de outrem, pois caso contrário elas terão que ser afastadas desse convívio para que o restante do grupo viva bem. O mais importante em uma sociedade é o relacionamento, isso é fundamental para um crescimento justo, basta ver o exemplo de uma comunidade cristã do primeiro século “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.” (Atos 2:42-43)

O homem fora da família
É honroso para o homem considerar os seus ancestrais e manter as heranças consideradas importantes deixadas por ele. A relação familiar é passada de pai para filhos. Quando essa família é unida e um dos seus membros se afasta dela por algum motivo, seja mudança ou viagem, os demais componentes sentem como também aquele que se afastou. Isso é natural, mas aquele que se apartou certamente sentirá muito mais a ausência do aconchego da sua família, embora ele tenha que passar por um processo de adaptação para se integrar a um novo grupo social. Temos nas Escrituras um forte exemplo de um membro de uma família que deixou a casa (Lc 15.11-32). Às vezes a pessoa não consegue ter um processo de adaptação a contento e termina voltando para a sua família.

O homem fora da igreja
Antes de falar sobre o homem fora da igreja gostaria de mostrar o conceito distorcido que muitas pessoas têm sobre igreja. Alguns usam esta palavra para descrever um edifício; para outros uma organização mundial, deixando de lado o significado original descrito no novo testamento. No Novo Testamento é o povo de Deus; não é um edifício construído com pedras, mas com pedras vivas significando pessoas. É somente meditar no que disse o apóstolo Pedro “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (I Pedro 2.5). As pedras aqui mencionadas são chamadas de a família de Deus. “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2.19-22), e não um bloco de cimento. A igreja é um corpo constituído de membros vivos, que são as pessoas, homens e mulheres; o templo é outra coisa, é o lugar de adoração. E  tanto na igreja, quanto no templo é o lugar onde todo homem deve estar para seus momentos de adoração ao Senhor.

Quando o indivíduo deixou de viver no convívio cristão ou não está mais agregado à igreja, ele está fora do lugar; muitos deles sabem disso e sentem a necessidade de regressar, mas às vezes há algo que lhes prende. “O irrequieto “inquieto” e sem raízes é como um pássaro que vagueia. O pássaro deixa a sua prole, seus lugares de descanso e os seus companheiros de espécie e vai para lugares estranhos se expondo a muitos perigos. Conforme o salmista ele se encontrava em situações como: o pelicano no deserto, essa ave não é apropriada para o deserto, mas nos mares e o pardal solitário, fora do lugar porque pardal anda em bandos (Sl 102,6,7).

Assim também acontece com o homem que deixa a sua casa, família, parentes e igreja tornando-se um nômade para buscar fortunas e os prazeres da vida em terras estranhas e distantes. Certamente ele enfrentará pobreza e dificuldades. Tomemos como exemplo essas duas criaturas que vagueiam fora do seu lugar “a ave e o homem” e jamais queiram vaguear, principalmente fora da sua comunidade cristã, pois as consequências serão muito piores.



Pr. Elis Clementino- Itapissuma -PE

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