ESBOÇO 562
TEMA: AS GRANDES INTERROGAÇÕES
“Por
que não nasci morto? Por que não morri antes de nascer? Por que minha mãe me
segurou no colo? Por que me deu o seio e me amamentou?...” (Jó 3:11-13).
Existem demandas na vida que
questionamos por quê? Há sempre uma razão para esses questionamentos, são
acontecimentos que não sabemos explicar. Há momentos que desejamos até não
viver mais, isso acontece com as pessoas, independentemente do grau de
espiritualidade, ou seja, por mais devotas que sejam.
Alquebramentos
As
escrituras apresentam várias pessoas desanimadas e profundamente abatidas. Abraão
foi um homem que teve estreito relacionamento com Deus, mas teve momento de
abatimento, pelo insucesso quando oferecia sacrifício, tudo parecia ter acabado
ali, até o sacrifício oferecido naquele momento não estava sendo aceito, as
aves vinham sobre o altar e Abrão as exortava, o desanimo lhe fez adormecer (Gn
15:11,12). Findando o dia caiu um profundo sono sobre Abraão, cansado de tanto
esforço e parecia tudo estava perdido, diante de tudo o que o Senhor havia falado
a ele (Gn 15:13-18).
Moises,
um grande legislador e profeta de Deus, esse homem teve a maior missão, a de
libertar os hebreus do cativeiro, mas os sofrimentos e o jugo da daquela missão
o desanimou a ponto de pedir a morte (Nr 11:15).
Elias
era um profeta temido pela sua autoridade espiritual, homem esse que chegou ao
ponto de desafiar profetas, reis e todos os tirânicos da época, mesmo assim
sofreu prostração a ponto de pedir a morte (I Rs 19:4), ele ficou profundamente
deprimido e desanimado, os sentimentos de Elias não eram diferentes dos de
Paulo que pelos sofrimentos afirmou ter desejo de partir e estar com Cristo (Fp
1:23). Os heróis da fé desejaram uma pátria melhor (Hb 11:16). Há momentos que
parecem ir embora todas as nossas esperanças e sermos tomados por um aparente
fracasso, principalmente no estado de solidão “e eu fiquei só” (I Rs 19:10).
Mediante
as acusações Jó quebra o silêncio diante dos seus amigos e começa amaldiçoando
o seu nascimento. Leia com atenção o que ele fala (Jó 3.1-10), esse diálogo de
Jó consta de duas parte a MALDIÇÃO e a LAMENTAÇÃO (Jó 3:11-26). Ele questiona
porque os infelizes continuam vivendo? (Jó 3:20-26). Essas coisas podem
acontecer com qualquer indivíduo. A sua morte parecia ser o foco principal e a
solução para tudo aquilo que estava passando, porque o que ele mais temia
ocorreu “Aquilo que eu mais temia foi o que aconteceu, e o que mais me dava
medo me atingiu” (Jó 3:25), agora nada mais me vale, seria melhor que a minha
mãe tivesse me abortado. Não há homem suficientemente forte diante dos
sofrimentos.
Nessa
vida às vezes fazemos os mesmos questionamentos, porque aconteceu isso, logo
comigo? Logo eu! Eu não mereço isso; eu sou teu servo (a) SENHOR, inquire e
não vem nenhuma resposta da parte de Deus, o silêncio é total. Outras
pessoas que tem conhecimento dos fatos criticam os sofrimentos alheios por ignorarem
os planos de Deus na vida das tais. Há quem pregue e ensine as facilidades para
que as pessoas não sofram, como que se elas estivessem controle sobre os seus
próprios sofrimentos (Jo 16:33). Eu imagino no momento em que essas pessoas estiverem
diante da calamidade, o que eles hão de fazer? Ou de dizer?
Jó
repreendeu a sua mulher quando ela pedia para ele amaldiçoar a Deus e morrer,
ele respondeu para ela, você está falando bobagem! Recebemos somente coisas
boas de Deus, porque não vamos aceitar também esses sofrimentos? (Jó 2:10; Ec 7:14). Deus pode agir de acordo
com a sua vontade, não somos os primeiros a sofrer, servos de Deus sofreram no
passado os mais terríveis tipos de vitupérios sem, contudo sem perder a visão
de um Deus que tudo pode. “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos
pode ser impedido” (Jó 42:1).
Muitas
lições são aprendidas nas adversidades. Os sofrimentos nos madurecem, com eles
adquirimos muitas experiências, muitas lições são aprendidas na fornalha da
aflição, elas nos tornam mais dependentes de Deus do que de nós mesmo. As
consternações da vida podem nos fazer produzir frutos para a glória do Pai.
O autocontrole nos momentos da
adversidade é imprescindível, quando Salomão fala sobre ela pede que levemos em
consideração, bem como no dia da prosperidade (Ec 7:14), é o que disse Jó a sua
mulher não temos recebido o bem de Deus , porque não o mal (Jó 2:10). A
esperança do crente não pode ser abalada mediante as circunstâncias
desagradáveis na vida (Hb 3:16-18). “Porque há esperança para a árvore, que, se
for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó 14:7).
Pr.
Elis Clementino- Paulista -PE
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