ESBOÇO 829
TEMA: O DESGASTE MINISTERIAL
TEXTO: I SAMUEL 30:6
Quando Deus
chama um indivíduo é porque já estabeleceu um propósito para ele, certamente é
algo de grande relevância, no entanto o indivíduo que se dispõe a atender o
chamado divino deve estar ciente dos seus desgastes durante a execução da sua
missão. O chamado deve estar preparado ou se preparar para tal incumbência, socialmente, psicologicamente para lidar com as suas emoções, e espiritualmente para lidar com os
mistérios divinos que envolvem a sua missão. Os desgastes ministeriais
acontecem por vários motivos, seja quando a sua igreja não vai bem financeiramente
e quando a unidade fraternal dela está ameaçada (desuniões e contendas), tal situação
aconteceu na igreja de coríntios (I Co 3:4,45), e as demais até hoje acontecem
as mesmas coisas.
I. Socialmente
O estado social do indivíduo contribui
para desenvolvimento da sua missão ministerial, principalmente em relação a sua
conduta na família e na sociedade em que vive, portanto o apóstolo Paulo
entendeu que esses eram requisitos necessários para um bom desempenho
ministerial aprovado por Deus (I Tm 3:1-7).
II. Psicologicamente
A preparação psicológica é
essencial, pois o obreiro deverá saber que enfrentará as dificuldades para
desenvolver o seu ministério, sem esse preparo seria impossível ter controle
dos seus sentimentos (At 20:22-24). O Apóstolo Paulo estava preparado
psicologicamente, por isso, mesmo correndo riscos de morte ele continuou o seu
ministério em prol do evangelho (2 Co 11:25,26). Esse preparo lhe garantiu a
convicção do chamado divino, sendo um dos fatores predominantes para ele suportar
as dificuldades, sem, contudo abalar a sua fé (Rm 8:35-37), pois somente o
obreiro convicto será capaz de declarar a sua firmeza, em Paulo não havia outro
interesse a não ser pregar a Cristo, o autor da sua fé. O psicologicamente
preparado não age pela emoção em determinados momentos da sua missão, pois aqueles
que tomam decisões por emoção, e não pela razão poderão sofrer precocemente o desgaste
do seu ministério, e assim comprometê-lo.
III. Espiritualmente
O exercício ministerial exige
que o obreiro esteja ligado espiritualmente, e em plena comunhão com Deus que o
chamou, pois a estabilidade do obreiro não está ligada em outra coisa a não ser
pelo seu compromisso com quem o chamou “Deus”, pois a visão maior do obreiro
deve ser alcançar o alvo principal que é Cristo. Conforme o nível espiritual do
obreiro facilita o seu desempenho na obra, ele será usado por Deus de maneira
poderosa e grandes coisas o Senhor poderá realizar através dele. O homem
espiritual não se embaraça com as coisas desta vida, o seu alvo é agradar
aquele que o alistou (2 Tm 2:4-5). O homem espiritual discerne bem a vontade
daquele que lhe chamou, e se dispõe a cumprir os desígnios de Deus, é nessa
predisposição que o Espírito de Deus opera de maneira poderosa, mesmo assim
usado por Deus ele não estará isento dos desgastes que a própria obra trás. O
obreiro preparado espiritualmente tem discernimento e sabe que essas
dificuldades são inevitáveis (At 16:17).
IV. O desgaste ministerial
Eles podem acontecer por
vários motivos:
1. Desgaste - A angústia de
uma derrota não se compara. Certa vez Davi e seu exercito veio de uma guerra e
encontrou a sua cidade saqueada, e suas mulheres e filhos levados cativos,
naquele momento, perante o seu exército o povo queria apedrejá-lo (I Sm
30:1-20), e Davi muito se angustiou, era um inesperado desgaste, mas ele se
reanimou no Senhor (I Sm 30:6), as forças do obreiro vem do Senhor, quanto aos
desgastes qualquer obreiro está sujeito, mas o Senhor o fortalece.
2. Desgaste – pelo pecado
cometido por Davi com Bete-Seba, esse lhe custou alto preço, a sua
desobediência chegou até Deus, além disso, foi um ato covarde contra o seu
guerreiro, homem que sempre lhe protegia a vida, esse pecado refletiu na sua
família com graves consequências, mas Davi arrependido rasga o seu coração
perante Deus que lhe perdoa, mas as consequências continuaram.
3. Desgaste na sua família– Ammom
se apaixonou pela sua irmã, por conta disso se acendeu a ira no coração de
Absalão (2 Sm 13:20), depois Absalão matou Ammom, pense nas consequências, isso
nada mais era a espada de Deus em sua casa (2 Sm 12:10)
4. Desgaste – Esse foi à
traição de Absalão contra seu pai, ele tentou usurpar o trono com uma
estratégia de convencer o povo que seria melhor que o pai (2 Sm 15:6-7), ele ainda
com seu exercito expulsou Davi da cidade, depois de nove anos a espada de Deus ainda
estava em ação sobre a sua casa. A desobediência daqueles a quem Deus chama tem
um preço, Davi era um escolhido de Deus, o único que foi escolhido segundo o
coração de Deus (I Sm13:14; Sl 89:20; At 13:22).
5. A exaustão do trabalho
O obreiro precisa ter pessoas
que possam lhe auxiliar nas tarefas diárias da igreja, os trabalhos pastorais
são desgastantes, Moisés foi um grande líder, mas ele se se desgastou
fisicamente de maneira que ele não estava mais dando conta das demandas, pois
era quase um milhão de pessoas para ele ouvir, aconselhar e dar solução aos
problemas do povo. O obreiro não deve fazer tudo sozinho, o desgaste físico
impossibilita tomar as decisões corretas, mas o seu sogro ao vê-lo já cansado
resolveu dar-lhe uma dica, escolher homens (Ex 18:13-25). Há também obreiros
que não aceita conselhos, o maior exemplo disso foi o rei Roboão, ele não deu
ouvidos aos conselhos dos mais velhos, mas recebeu dos mais novos e os da sua
idade, daí o prejuízo foi inevitável.
O obreiro necessita de ajuda
dos companheiros para lidar com os casos que são mais desgastantes dentro da
igreja. Muitas vezes alguém pensa que o pastor é um super-homem capaz de
suportar tudo sem se desgastar, na maioria das vezes após o culto as ovelhas
vão para as suas casas e seus problemas ficam com o pastor, e por isso muitos
perdem a saúde contraindo para si doenças como: diabetes, problema do coração e
depressão, além dos problemas ministeriais. Moisés, exausto das suas tarefas
diárias e o povo faminto murmurando contra o Senhor ele pediu a MORTE (Nr 11:15),
ele temeu ver a sua própria ruína. Os irmãos não deveram fazer criticas em
relação a obreiros que tiraram as suas próprias vidas, essa fatalidade quando
vem acontecer porque eles vêm acumulando problemas e seus próprios líderes não
deram importâncias aos sinais dos
desgastes daquele obreiro, ou seja não lhes deram a atenção necessária, mas
apenas lhes fizeram cobranças, alguns deles passam fome com as suas famílias em
nome do querer de Deus, enquanto alguns líderes maiores usurpam a lã e o leite
das ovelhas sem piedade, enquanto eles luxam seus liderados passam fome com
suas famílias revoltadas e filhos desviados pelas injustiças sofridas. Cuidemos
dos nossos obreiros para que não se desgastem tão cedo e por nossa culpa.
Pr. Elis Clementino
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