ESBOÇO 1524 TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.

ESBOÇO 1524
TEMA: CAPACITAÇÃO ECLESIAL: O CHAMADO PARA SERVIR COM EXCELÊNCIA ESPIRITUAL.
TEXTO: ATOS 20:28; 2 TIMÓTEO 2:15
Autor: Pr. Elis Clementino
 
Introdução:
A capacitação é indispensável em qualquer área da vida — seja no campo profissional ou no espiritual. No contexto da igreja, ela se manifesta por meio da liderança cristã, que exige preparo, habilidade e maturidade para servir com excelência. Nenhum líder, seja ele secular ou eclesiástico, começa sua jornada sabendo tudo; o aprendizado é um processo contínuo, desenvolvido com humildade e dependência de Deus. Neste estudo, de forma simples e objetiva, abordaremos o valor da capacitação eclesial, entendendo que o chamado para servir exige crescimento constante, comprometimento e excelência espiritual no serviço ao Senhor.
 
I. Capacitação Eclesial.
1. É o meio pelo qual os obreiros são aperfeiçoados para o exercício sacerdotal ou eclesiástico. As funções ministeriais na igreja foram distribuídas pelo Senhor. No entanto, o propósito dos líderes é equipar e capacitar os santos para realizar a obra do ministério. A fim de que, por meio do ensino, eles edifiquem a igreja, que é o corpo de Cristo (Efésios 4:11-12). De maneira que cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus (I Pedro 4:10-11). Textos importantes: (1 Timóteo 3:1-7; Atos 6:3; Efésios 4:11-12; Tito 1:5; 1 Pedro 5:2-3). Esses versículos abordam a importância de características de liderança e o papel dos líderes da igreja, destacando a necessidade de uma reputação respeitável, sabedoria e dedicação ao ministério.
 
2. A liderança espiritual vai além da estrutura organizacional da igreja.
Ela não se limita à administração de cargos ou funções, mas envolve um profundo senso de responsabilidade diante de Deus pelo cuidado do rebanho (1 Pedro 5:2). O líder espiritual, especialmente o pastor, deve lembrar-se de que prestará contas a Deus pelas vidas que lhe foram confiadas (Hebreus 13:17). Por isso, sua liderança deve ser exercida com zelo, amor e vigilância constante.
a. Habilidade ou aptidão para ouvir.
b. Equilíbrio emocional.
c. Domínio próprio.
d. Sensibilidade.
e. Discernimento.
f. Comedimento no aconselhamento.
g. Decisões seguras.
 
3. A capacitação espiritual tem o propósito de gerar discernimento e sabedoria.
Por meio dela, mentores e instrutores transmitem não apenas conhecimento bíblico, mas também experiência espiritual aos seus discípulos. Essa transmissão abre os olhos espirituais dos liderados, capacitando-os a discernir e solucionar não só questões espirituais, mas também desafios pessoais e práticos da vida (1 Reis 3:16-28). Assim como Salomão, o líder preparado espiritualmente aprende a julgar com sabedoria e justiça.
 
4. O líder cristão deve inspirar confiança e segurança.
Nenhum obreiro ou pastor pode permitir que a igreja duvide de sua capacidade de liderança. Para isso, é essencial demonstrar firmeza, equilíbrio e competência ao lidar com os assuntos espirituais e pessoais dos membros. Essa segurança nasce de um caráter aprovado e de requisitos indispensáveis que todo líder deve apresentar, como maturidade espiritual, domínio próprio, sabedoria e empatia no trato com as pessoas.
 
II. O líder e a divisão de tarefas.
Moisés cansou e debilitou-se porque queria carregar a carga sozinho, de modo que ele pediu a Deus para matá-lo, mas o Senhor lhe orientou. Esse texto é interessante pelos ricos detalhes (Números 11:14-30). A capacidade espiritual que estava sobre Moisés se estenderia sobre os anciãos. Moisés seria como uma lâmpada acesa irradiando brilho sobre os seus anciãos, sem, contudo, que ele fosse prejudicado.
 
O obreiro não deve tentar fazer tudo sozinho; se assim o fizer, ele desgastará a sua liderança. O líder deve compartilhar com os seus auxiliares as tarefas. Jetro, o sogro de Moisés, vendo as dificuldades que o seu genro estava enfrentando para julgar as causas do povo, o aconselhou a formação de líderes; ora, isso há aproximadamente três mil e quinhentos anos (Êxodo 18:13-26).
 
Entretanto, o líder deve ter a humildade para ouvir os seus liderados cuidadosamente, fazendo uma avaliação prévia, sem, contudo, demonstrar se será feito ou não. Quanto é bom um conselho, embora haja obreiro que, se alguém lhe der um parecer de alguma coisa, ele pode não aceitar e até repreender o indivíduo devido ao seu orgulho, pois ele se sentirá diminuído; isso é muito ruim. Um obreiro precisa ser humilde; ele não é obrigado a atender ao conselho, mas escute, avalie, pondere e seja agradecido. Cuidado! Você pode desgastar o seu ministério antes de concluir os propósitos de Deus para você.
 
Roboão, rei de Judá, desprezou os conselhos dos anciãos e preferiu ouvir os jovens da sua geração quanto à pesada carga de impostos que recaía sobre o povo (1 Reis 12:8–19). Essa decisão precipitada trouxe sérias consequências: o povo se revoltou contra ele, resultando na divisão do reino.
Aprendemos, portanto, que liderar não é fazer tudo sozinho, mas formar outros para servir. E isso nos conduz à postura que o obreiro deve manter diante do rebanho.
 
III. A postura do obreiro.
Um obreiro deve ter postura, muitos deles perderam valores que os enobreciam por serem brincalhões, contadores de piadas, eles não levaram a sério, principalmente as coisas sagradas.
 
IV. O obreiro precisa ser e ser:
1.      Respeitoso.
2.      Sério.
3.      Conter-se na presença das pessoas, principalmente dos incrédulos.
4.      Gentil para com as pessoas, principalmente os mais jovens (1 Timóteo 4:12).
5.      Ser ético.
6.      Ser coerente em relação à hierarquia ministerial.
7.      Livre de qualquer ambição (Filipenses 2:3,4).
8.      Fiel nas finanças.
9.      Ser verdadeiro e tudo o que ele fizer, faça de coração (Colossenses 3:23,24; Eclesiastes 9:10; Efésios 6:6-9).
 
V. Seis virtudes essenciais que um obreiro precisa ter:
1.      Integridade
Agir de acordo com princípios éticos e morais, mantendo coerência entre o que se prega e o que se vive. A integridade é o alicerce do caráter cristão e deve se manifestar em todas as áreas da vida do obreiro.
2.      Humildade
Ser humilde é estar aberto ao aprendizado contínuo, reconhecer as próprias limitações e valorizar as contribuições dos outros. A humildade é o caminho para o crescimento espiritual e para a verdadeira liderança serva.
3.      Compaixão
Ter a capacidade de compreender e se conectar emocionalmente com as pessoas, demonstrando misericórdia e empatia. A compaixão reflete o coração de Cristo e aproxima o líder das necessidades do rebanho.
4.      Visão inspiradora - Guiar os liderados com um propósito mais elevado, alinhado aos valores espirituais. Um líder inspirado por Deus motiva outros a enxergarem o futuro com fé e esperança, mesmo em meio às adversidades.
5.      Resiliência espiritual - Enfrentar os desafios e as lutas do ministério mantendo firme a fé, a esperança e a confiança em Deus. A resiliência espiritual capacita o obreiro a perseverar e continuar servindo com ânimo, mesmo sob pressão.
6.      Fidelidade ministerial - Ser fiel em tudo o que Deus confiou — no ensino, na administração dos dons, nas finanças e nas responsabilidades do ministério. (1 Coríntios 4:2; 2 Timóteo 2:2; Tito 1:7; 1 Pedro 4:10; Mateus 25:21; Efésios 6:5). Esses textos destacam que a fidelidade é a marca do verdadeiro servo de Deus. Jesus foi o maior exemplo de liderança.
 
VII. Jesus, o maior líder
Jesus é o maior exemplo de liderança que o mundo já conheceu. Seus ensinamentos foram claros, diretos e transformadores, especialmente para aqueles que buscavam posições de destaque e poder. Ele disse aos seus discípulos:
 
“Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:26-28)
Com sabedoria e sensibilidade, Jesus corrigiu a visão humana de grandeza sem humilhar nem ferir os sentimentos dos discípulos. Ele mostrou que a verdadeira liderança não está em ser servido, mas em servir com amor, humildade e sacrifício.
 Se queremos liderar como Cristo, precisamos aprender com Ele a servir, a ouvir e a amar. A verdadeira capacitação eclesial é, portanto, conformar nosso caráter ao de Jesus.
 
Conclusão:
A capacitação nos traz todos esses benefícios, e aquele que aspira ao episcopado deve estar ciente de tudo o seu proceder no decorrer do seu ministério, além de em tudo se dar, por exemplo (Tito 2:7-8). O sucesso ministerial não se dá apenas pelo conhecimento teológico, mas pelas experiências do cotidiano. Jesus nos deixou o modelo de como servir, “Eu vim para servir e não para ser servido”.

 

Nenhum comentário:

Foto