No texto de Mateus 23:23-27, Jesus faz uma crítica contundente aos líderes religiosos de sua época, destacando a hipocrisia de suas práticas. Ele confrontou aqueles que se preocupavam mais com as aparências externas e os rituais do que com os valores essenciais do Reino de Deus, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Essa passagem nos convida a refletir sobre a diferença entre ser religioso e espiritual. Enquanto a religiosidade pode se limitar a práticas externas e tradições humanas, a espiritualidade está verdadeiramente enraizada em um relacionamento profundo com Deus, que transforma o coração e a vida. Neste esboço, exploraremos a diferença entre o religioso e o espiritual, analisando como essas lições continuam relevantes para nossa cada um de nós.
I. O religioso.
O religioso é aquele que segue uma denominação religiosa ou um conjunto de verdades, muitas vezes sem questionar, essas práticas se têm base bíblica. Ele pode até retornar aos ensinamentos do cristianismo, mas, em muitos casos, seu entusiasmo a Deus se limita aos rituais externos ou às palavras vazias, como profetizado em Isaías 29:13: "Este povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim." Jesus, ao criticar os hipócritas, comparou-os aos sepulcros caiados (Mt 23:27-28), bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de impureza. Essa é uma descrição contundente dos religiosos legalistas. O legalismo, por sua vez, é uma prática de seguir as leis de forma muito rigorosas. Entre os judeus, destacaram-se grupos religiosos como os fariseus e os judaizantes, que se apegavam aos mínimos detalhes da lei mosaica. No entanto, ao priorizarem a forma sobre o conteúdo, eles perderam de vista o verdadeiro propósito da lei divina: revelar a justiça, o amor e a graça de Deus. Esse comportamento nos alerta sobre os perigos de uma religiosidade que não traz resultados que edifiquem o nosso espiritual.
· Características:
- Prática: Os legalistas da atualidade estão presente em algumas denominações, pondo fardos pesados sobre os ombros dos outros, quando eles memos não podem carregar. Muitos deles surgem com discursões vazias, mas a luz da palavra de Deus devemos deixar de lado esses legalistas e começar a cultivar uma vida espiritual genuína. "Será que minhas práticas religiosas estão mais voltadas para as aparências ou para a transformação do meu coração?"
- Características:
o
O
homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são
loucuras; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Co 2:14).
Este versículo mostra a diferença entre o homem natural, que não compreende
as coisas de Deus, ou seja, “uma pessoa que escolhe deixar-se influenciar por
paixões, desejos, apetites e impulsos da carne e não pela inspiração do
Espírito Santo”.
o
O
homem espiritual é guiado pelo Espírito. "Mas o que é espiritual, discerne
todas as coisas, mas ele mesmo por ninguém é discernido."(1 Co 2:15). O homem espiritual é alguém que possui discernimento
espiritual, entendendo a vontade de Deus pelo Espírito. "Mas o fruto
do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, paciência, fidelidade,
mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei." (Gl 5:22-23).
o
Os frutos do Espírito nos dão as diretrizes de como
podemos ser guiados: "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as
coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito."
(Rm 8:5). O apóstolo
Pedro destaca o que somos quando somos guiados pelo Espírito: "Vocês, porém,
são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva
de Deus, para anunciar as grandezas daquelas que vos chamaram das trevas para a
sua maravilhosa luz." (1 Pe 2:9). O homem
espiritual tem conhecimento de que:
o
Não basta ser religioso, mas que é preciso
viver pelo Espírito (Rm 8:5; Gl 5:16).
o Não aparenta santidade, ele é santo (Gl
2:25; Tg 2:12).
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Considera o altar maior do que a oferta
(Mt 23:19).
o
Ele tem a mente de Cristo e entende
tudo muito bem (2 Co 2:15-16; I Jo 2:27).
Em Mateus 23:23-27, Jesus nos desafia a examinar a complexidade de nossa fé, diferenciando a religiosidade vazia da verdadeira espiritualidade. A religiosidade, muitas vezes marcada por práticas externas e um apego exagerado às regras, pode facilmente desviar o foco do que realmente importa: o relacionamento genuíno com Deus. Por outro lado, a espiritualidade verdadeira vai além das aparências, sendo pautada no Espírito e na transformação interior. O homem espiritual, guiado pelo Espírito, demonstra em sua vida os frutos que refletem o caráter de Cristo, buscando não apenas cumprir leis, mas viver de maneira que honra a Deus em tudo. A mensagem que Jesus nos deixou é clara: não basta ser religioso, é essencial ser espiritual. Devemos avaliar nossa fé constantemente, não pela religiosidade externa, mas pela mudança que ocorre em nossos corações, pela prática da misericórdia, justiça e fidelidade. Assim, a verdadeira espiritualidade nos aproxima de Deus e nos torna mais semelhantes a Cristo, buscando sempre.
Pr. Elis Clementino.
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